O tuíte mal lido que fez preço do petróleo subir
O que uma guerra que aconteceu há 40 anos pode ter a ver com o preço do petróleo hoje? Tudo, graças à pressa de alguns traders da commodity no mercado futuro em Nova York.
Confuso, não? Vamos às explicações.
Tudo começou com a conta do Ministério da Defesa de Israel no Twitter (@IDFSpokesperson). Por volta de 11h (horário de Brasília), eles postaram um tuíte sobre a guerra de Yom Kippur, que ocorreu no longínquo ano de 1973:
Oct. 10 #YomKippur73: Israel Air Force bombards airports in Syria to prevent Soviet weapons reaching the Syrian Army http://t.co/tKnMzYjgFF
— IDF (@IDFSpokesperson) October 10, 2013
Nota-se que era apenas um tuíte comemorativo, certo?
Mas, como bem disse nosso colunista Ronaldo Lemos há duas semanas, as pessoas não estão lendo nem mais os títulos de um texto.
Traders de petróleo se ativeram apenas à parte belicosa do tuíte (Israel ataca a Síria), ignorando solenemente a hashtag #YomKippur73 e que o alvo era o armamento soviético enviado para os sírios (amigos, a União Soviética não existe há mais de 20 anos!).
De fato, um ataque verdadeiro de Israel à Síria pode causar problemas na distribuição de petróleo, fazendo com que o preço suba. Grandes potências petrolíferas do Oriente Médio defendem o regime sírio e poderiam retaliar diminuindo a distribuição da commodity. Mas devagar com o andor, certo?
Segundo o “Washington Post”, a informação ~torta~ do ataque fez com que a cotação do barril para novembro –o fechamento futuro mais próximo para a commodity na Nymex (Bolsa de Futuros de Nova York, na sigla em inglês)– subisse rapidamente de US$ 110,40 para US$111,50.
O mais curioso é que, depois de descoberto o engano, os preços não caíram. Talvez o erro fosse apenas um pretexto para subir a cotação.