Polarização marca repercussão da morte de Campos nas redes sociais

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Durante o mês de agosto, Eduardo Campos foi citado no Twitter 393 mil vezes, segundo dados da rede social. Quase todo o montante (355 mil) ocorreu a partir das 10h desta quarta-feira, quando começaram os primeiros boatos de que o candidato do PSB à Presidência estava no avião que havia caído em Santos, no litoral de São Paulo. Informação que, duas horas depois, seria confirmada.

O que se seguiu após a confirmação da morte pode ser dividido entre mensagens de pêsames e de pessoas que queriam ver uma espécie de “teoria da conspiração” em torno do acidente. Fruto da intensa polarização em que as eleições caíram no mundo virtual e também com a facilidade que usuários de redes sociais têm em brincar com tudo –inclusive a tragédia alheia.

O primeiro a falar sobre a hipótese foi um usuário chamado Sérgio Teixeira Filho, que tem apenas 6 seguidores, por volta das 10h30. Dizia que empresários locais, que esperavam Campos para uma reunião e caminha na orla da cidade, estava atrasado e não conseguiam contato com a aeronave.

Como acontece normalmente em tragédias como a morte de Campos, as menções explodiram quando a mídia começou a noticiar que o político estava no avião acidentado. A primeira a falar sobre a hipótese foi a agência Reuters, através da conta da sucursal latino-americana:

Conforme as notícias pipocavam, explodiam as menções a Campos. O auge de tuítes por minuto ocorreu às 13h30, com mais de 3.000. O gráfico abaixo mostra como se comportaram as menções a Campos desde a meia-noite desta quarta:

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Passado o primeiro baque de surpresa com a notícia, vieram as brincadeiras e teorias da conspiração. Não à toa, tirando tuítes noticiosos, os que tiveram maior alcance foram algumas destas piadinhas:

O alvo das brincadeiras, no geral, foi Dilma Rousseff. A ligação numérica feita no tuíte acima foi amplamente difundida nas redes sociais (no Whastapp desta Folha, por exemplo, recebemos de muitos leitores). A polarização política também leva aos ataques à presidente, já que Campos era um opositor. Resultado: a hashtag #FoiaDilma chegou a estar no topo dos trending topics brasileiros por volta das 15h.

E, nesta hora, vale qualquer coisa para corroborar com as teses. Por exemplo, uma notícia sobre a presidente sancionando em maio uma lei que torna sigilosa qualquer investigação sobre acidentes aéreos chegou a ser a mais lida do site nesta tarde. A maioria esmagadora dos acessos a esta nota vinham das redes sociais.

Além das teorias da conspiração, há também aqueles que tuítam com o fígado e esquecem que o momento é de luto. Foi o caso do pastor Daniel Vieira, líder da igreja Assembleia de Deus em Imperatriz, interior do Maranhão. Depois se arrependeu do que havia escrito e pediu desculpas: