As reações solidárias ao ‘Charlie Hebdo’ após ataque terrorista
A hashtag #CharlieHebdo está no topo dos trending topics mundiais após o jornal satírico francês ser atacado por terroristas, matando 12 pessoas, incluindo o diretor do periódico e quatro cartunistas. Já foi usado no Twitter em mais de 1,4 milhão de postagens desde que o ataque foi noticiado.
O tom, no geral, é de solidariedade ao jornal e condenando o ataque.
Como, por exemplo, o ativista islâmico Iyad El-Baghdadi, dono do tuíte sobre o caso com mais retuítes:
As a Muslim, killing innocent people in the name of Islam is much, much more offensive to me than any cartoon can ever be. #CharlieHebdo
— Iyad El-Baghdadi (@iyad_elbaghdadi) 7 janeiro 2015
“Como um muçulmano, matar pessoas inocentes em nome do Islã é muito, muito mais ofensivo do que qualquer cartum que possa ser feito”
Embora seja comum que, com o passar das horas, o que é solidariedade vire ódio nas redes sociais.
Além do #CharlieHebdo, outras hashtags ligadas ao atentado subiram na França.
Uma delas é a #JeSuisCharlie (Eu Sou Charlie, em francês), encampada pelos jornais franceses “Le Monde” e “Le Figaro”, dois dos mais importantes do país.
La Une du monde.fr en solidarité avec Charlie Hebdo pic.twitter.com/o8Qnr72GfW
— Luc Bronner (@lucbronner) 7 janeiro 2015
#JeSuisCharlie Le coup de crayon hommage du dessinateur @ixene_dessin sur l'attaque de #CharlieHebdo. pic.twitter.com/kBma0FHtJi
— Le Figaro (@Le_Figaro) 7 janeiro 2015
Também chama atenção a hashtag #IslamNonCoupable, uma tentativa das pessoas de evitar que o atentado se torne um motivo para que a direita francesa culpe os muçulmanos (em geral, imigrantes de ex-colônias francesas e que hoje formam o grosso das classes menos abastadas do país) e justifiquem tanto a redução de seus direitos quanto a escalada da repressão contra eles.
C'est pas parce que Hitler était allemand que tous les allemands sont nazis, faites le rapprochement #IslamNonCoupable
— Professor Draazeer (@draazeer) 7 janeiro 2015
“Não é porque Hitler era alemão que todos os alemães são nazistas, façam a reconciliação”
Faut sérieusement arrêter l'amalgame entre Islam et Terrorisme #IslamNonCoupable pic.twitter.com/pm5NVhkOsk
— Edgar (@Edgar_du_Nord) 7 janeiro 2015
“Devemos realmente parar de igualar o Islã ao terrorismo”
Outros termos chegaram aos trending topics na França graças ao atentado, principalmente nomes dos mortos (Wolinski, por exemplo), ou hashtags criadas para acompanhar o caso, como #attentat e #fusillade.
No Brasil? Demorou um pouco para termos sobre o atentado chegar aos trending topics. Só por volta das 15h que a hashtag #CharlieHebdo e o termo Maomé apareceram.
Assim como os franceses, por aqui os brasileiros que usam a hashtag #CharlieHebdo estão mais preocupados com a liberdade de expressão e em evitar culpar os muçulmanos.
Veja algumas das manifestações:
Charges do #CharlieHebdo republicadas em todos os jornais, manifestações em todas as cidades que ainda se querem civilizadas: o mínimo.
— Cora Ronai (@cronai) 7 janeiro 2015
Mais um dia difícil para os milhões de muçulmanos inocentes espalhados pelo Mundo. Não se condenem inocentes. #CharlieHebdo
— Nuno Paiva (@nlpaiva) 7 janeiro 2015
Meio #fail essa tentativa de silenciar o #CharlieHebdo. Até horas atrás confesso que nunca tinha ouvido falar. Agora já vi todas as capas.
— Carlos Bertolazzi (@CaBertolazzi) 7 janeiro 2015
Não culpe os islâmicos. Culpe todos os religiosos fanáticos. #CharlieHebdo
— Ângelo Augusto (@angelosaugusto) 7 janeiro 2015
Já quem usa Maomé é, no geral, quem ainda pensa em fazer piadinhas com o episódio.
Felipe Neto, faz um vídeo falando mal do profeta Maomé rapidinho que eu quero testar uma coisa.
— Vicente Pardo (@hellovihgoodbye) 7 janeiro 2015
ALÔ RADICAIS ISLÂMICOS:
TEM UM MAOMÉ NA BANDA CONE CREW
FALTA DE RESPÊITO COM O PROFÉTA
ACABEM COM A BANDA. OBRIGADO.
— JOAQUIN TEIXEIRA (@JOAQUINTDASILVA) 7 janeiro 2015
VEM AÍ DOLLY MAOMÉ
— Dollynho (@DicasdoDollynho) 7 janeiro 2015