Teu passado (viraliza e) te condena
Contra um candidato nas eleições, nada como desenterrar questões antigas para deixar que viralizem nas redes sociais e causem embaraços. Nesta semana, alguns postulantes à cadeira de prefeito de São Paulo sentiram na pele a capacidade de estrago que podem causar.
A maior “vítima” em São Paulo foi Celso Russomanno (PRB). Em junho começou a circular um vídeo de 2005 com cenas de seu programa de TV que mostram ele discutindo com uma caixa de supermercado. Nesta semana, viralizou.
Pouco adiantou o candidato dizer que o vídeo foi editado para prejudicá-lo. Uma das características perniciosas das redes sociais é exatamente a dificuldade de embutir um “outro lado” no que se espalha.
Não foi a primeira vez que Russomanno sofreu com vídeos que viralizaram durante uma campanha. Em 2012, ficou famoso um em que ele, então repórter da TV Gazeta, faz uma cobertura “ousada” no Carnaval carioca de 1990, abraçando as mulheres pelo salão enquanto distribuía elogios.
O passado também atrapalhou João Doria (PSDB). Um dos pontos altos das eleições nas redes sociais da semana foi sua aparição no “SPTV” (Globo), na quarta-feira (21), quando quase metade do tempo da entrevista foi gasto com o apresentador César Tralli questionando um terreno “grilado” pelo candidato em Campos do Jordão (SP). Nesta sexta (23), a Justiça mandou o tucano devolver a área.
Doria não foi o único a ter uma entrevista pouco amistosa com Tralli: no dia seguinte foi a vez de Fernando Haddad (PT), e a internet igualmente não deixou passar em branco a “torta de climão”.
O SUBMUNDO DO WHATSAPP
Como vimos, vídeo atacando candidato é o que não falta nas redes sociais. Mas é no WhatsApp, onde é mais difícil identificar o autor, que os vídeos apócrifos e mais bem produzidos aparecem com mais frequência.
João Doria, por exemplo, está sofrendo com isso. Dois vídeos, que acusam o candidato de ganhar (muito) dinheiro com a gestão petista no governo federal e de ter incentivado o turismo sexual quando foi presidente da Embratur, estão entre os mais compartilhados.
Não há identificação dos autores, mas nota-se que não foram feitos por amadores.