‘Comentários negativos só me fortalecem’, diz garoto que faz sucesso na internet ensinando crochê

Reprodução Facebook
Sarah Mota Resende

Pedro Victor, 17, ainda era um criança quando via as tias fazendo crochê.

Mas, mesmo com as insistências do menino, elas se recusavam a ensiná-lo. “Tinham preconceito e achavam que era coisa só de mulher”, diz o jovem de Belém (PA) à Folha.

Não que isso fosse um problema para o garoto, hoje estudante do ensino médio que sonha em cursar veterinária. “Então eu aprendi sozinho, só observando”, conta.

E o que era hobby começou a virar trabalho sério. Há cerca de sete meses, Pedro costura sua presença nas redes sociais: tem mais de 11 mil seguidores no Instagram, grupo de WhatsApp, canal no YouTube e número máximo de amigos no Facebook.

Foi na rede de Mark Zuckerberg, inclusive, graças a um vídeo compartilhado na quinta (20), que o jovem despontou. Nele, Pedro desabafa sobre as críticas que recebe por praticar uma tarefa culturalmente rotulada como feminina.

“Muita gente fala mal pelo fato de… ‘tu nasceu homem, tu não tem que fazer crochê’. Eu fico me perguntando por quê. O crochê é uma arte tão bonita”, diz em trecho da gravação que, até a publicação deste texto, teve quase dois milhões visualizações, 39 mil curtidas e 41 mil compartilhamentos.

“Já recebi vários comentários negativos e eles só fazem me fortalecer”, diz Pedro, que, de tapetes a roupas e acessórios, já faz algumas peças por encomenda.

O dinheiro que recebe vai para mais linhas e agulhas. E, se um dia as tias refutaram a ensiná-lo, hoje ele tem apoio irrestrito da família e de amigos, além de muitos planos para o futuro entre os ganchos: Pedro quer fazer mais vídeos, dar aulas e participar de programas que envolvam artesanato.

“As pessoas ficam espantadas de ver um menino fazer crochê. Recebo críticas, mas já estou ignorando porque é tanto comentário bom que eu não quero mais ficar lidando com essas besteiras”.