Hashtag #EleNão, contra Bolsonaro, viraliza e movimenta redes sociais de políticos e famosos

Laíssa Barros 

Depois que a página de Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” foi hackeada no sábado (15) e restaurada na tarde do domingo (16), a hashtag #EleNão viralizou entre eleitoras e eleitores que rejeitam o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Utilizada em frases explicando motivos para não votar no candidato, a hashtag se preocupou em não mencionar o nome de Bolsonaro, utilizando só a palavra ele, e juntou eleitores de vários partidos e vertentes políticas.

Segundo a assessoria da página Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, a criação e viralização da hashtag foi um movimento espontâneo que surgiu juntamente com as discussões do grupo nas redes sociais e explodiu após o hackeamento. “Não sabemos identificar exatamente quando teve início. A hashtag é uma consequência da indignação e uma forma legítima de manifestar que não é através do uso da força que nossos votos serão determinados”, afirmou a criadora do grupo, Ludimilla Teixeira.

Diante disso, muitos famosos resolveram demonstrar apoio à campanha #EleNão e postaram em suas redes sociais a hashtag acompanhada de textos e imagens variadas contra Bolsonaro.

 

Um dos apoios à hashtag que chamou a atenção dos internautas foi o da jornalista Rachel Sheherazade. A apresentadora tem histórico de apoio a pautas conservadoras e foi duramente criticada por seus seguidores ao afirmar que não votará em Bolsonaro.

 

A frase é uma resposta a fala de general Mourão, vice de Bolsonaro; “ Casa só com ‘mãe e avó’ é ‘fábrica de desajustados’ para tráfico”.

Suplicy, candidato ao Senado pelo PT, também respondeu ao general Mourão com hashtag #EleNão. “As mulheres têm totais condições de cuidar das famílias e quase 30 milhões já são chefes de família. Mesmo entre os casais com filho, as mulheres chefes de família cresceram de 1 milhão em 2001 para 6,8 milhões em 2015. #EleNão”.

 

 

#EleSim/#ElaSim

Enquanto isso, políticos aproveitaram para surfar no sucesso do #EleNão e criaram conteúdos online utilizando novas hashtags, como #ElaSim e #EleSim, querendo dar sentido antagônico ao assunto e promover suas campanhas explicando ao eleitor o motivo de votar sim neles.

 

Apoiadores de Bolsonaro quiserem reverter a situação e encabeçar uma campanha para utilizar a hashtag #EleNão contra Lula. Com textos e legendas contrárias ao ex-presidente, os internautas explicam os motivos para que Lula não seja o candidato deles.

Artes 

Surgiram inúmeras artes #EleNão e diversos grupos de designers e artistas visuais espalharam pela internet imagens variadas com a hashtag. Uma das mais famosas, e muito compartilhada (e poucas vezes creditada), foi a criada por Militão de Queiroz Filho, 32, estudante de Letras de Limoeiro do Norte, interior do Ceará.

Em entrevista à consultoria de cultura urbana ROLÊ o artista por trás da imagem explicou que pretendia ajudar o movimento e fazer a hashtag ganhar força a partir de uma arte que chamaria atenção, principalmente depois que viu o grupo de mulheres contra Bolsonaro ser hackeado. “Levei um susto, fiquei estático olhando pra tela do celular”, disse Militão quando percebeu que sua ideia tinha viralizado.

Ele tem uma loja de camisetas online, onde a arte #EleNão já está sendo vendida em diversos produtos. Militão que conheceu a hashtag através de um grupo LGBTS contra o candidato, diz se sentir chateado ao ver pessoas vendendo sua arte ou compartilhando sem mencionar o criador.