O presidente Jair Bolsonaro (PSL) é produto das redes sociais e dela se alimentará provavelmente até o fim do seu mandato.

Isso não significa, no entanto, que viverá uma lua de mel eterna com seus seguidores.

A primeira mostra disso aconteceu em meados de janeiro, quando as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, se afunilavam.

As redes dos Bolsonaros passaram a ter um tom de cobrança inédito por parte dos apoiadores.

No já fatídico episódio do golden shower, fenômeno semelhante se repetiu. A repercussão negativa foi bastante grande, tanto que o presidente viria a apagar o vídeo posteriormente.

Nos dias que se seguiram ao Carnaval, Bolsonaro fez uma série de tuítes sobre a reforma da Previdência, prioridade de seu governo.

Apenas dois dias depois, no entanto, Bolsonaro voltou a entrar em polêmica, dessa vez com a jornalista Constança Rezende, do jornal O Estado de S. Paulo, ao divulgar um relato deturpado de uma entrevista da profissional.

Essa estratégia, notadamente deliberada e alimentada por seu filho Carlos Bolsonaro, frustra auxiliares, para os quais Bolsonaro gera agenda negativa em momentos cruciais para o início da tramitação da reforma previdenciária na Câmara –os embates com Rodrigo Maia só agravam a situação.

Isso já tem tido reflexo inclusive entre seus seguidores. E ficou evidente nesta segunda-feira (25), quando Bolsonaro publicou em suas redes sociais sobre o caso Battisti:

Os comentários com mais engajamento no post são de apoiadores (em geral, pessoas que se dizem apoiadoras, e, pelo discurso ou pelo perfil, aparentam de fato ser) cujo discurso poderia ser sintetizado na seguinte frase: “foque na Previdência, presidente”.

Confira: