Após referências nazistas de Alvim, internautas pedem fim de ponderação ao tratar do governo
Repúdio. Repugnância. Tristeza. Medo. Desprezo.
As redes sociais passaram as últimas horas em ebulição após vídeo em que o secretário da Cultura do governo Bolsonaro Roberto Alvim parafraseia trechos de discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista.
Já são mais de 50 mil tuítes com o termo “Goebbels” nas últimas doze horas.
O vídeo foi postado pela Secretaria Especial da Cultura para divulgar o Prêmio Nacional das Artes, lançado horas antes em live com a participação do próprio presidente.
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, afirmou Alvim no vídeo postado nas redes sociais.
A fala é idêntica a um pronunciamento de Goebbels para diretores de teatro.
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.
A semelhança não para no discurso. A estética do vídeo, a aparência do secretário, o vocabulário, o tom de voz e a trilha sonora escolhida remetem à divulgação da propaganda nazista.
Houve mais trechos de Goebbels no discurso.
Alvim falou em “coincidência retórica”
Muita calma nessa hora (só que não)
Não pode isso, Arnaldo
No começo de seu governo, Bolsonaro disse repetidas vezes que nazismo era de esquerda, o que não corresponde à realidade.
Parece início do século XX
O tom de repúdio e repugnância é grande nas redes sociais.
Tenha medo
Códigos
Vídeo pode ter repercussões internacionais nas próximas horas
Jornais internacionais devem repercutir o tema
Também são esperadas reações de instituições brasileiras
O presidente da Câmara Rodrigo Maia foi um dos primeiros a se manifestar
Até a direita bolsonarista considera que Alvim cruzou a linha vermelha.
“Tem que cair, e logo”, disse o cineasta Josias Teófilo.
Para Olavo de Carvalho, talvez Alvim “não esteja bem da cabeça”.
Passado condena
Nas fotos a seguir, a semelhança estética fica evidente
Um vídeo surreal
De caso pensado
Famoso ditado alemão
Entraram aos poucos nas instituições
Para muitos, a tática faz parte de uma estratégia conhecida como “cortina de fumaça”, ou seja, criar uma grande polêmica para abafar um caso que esteja gerando desgaste.
O caso do chefe da comunicação citado por Manuela D´Ávila foi revelado pela Folha na quarta (15). Confira thread que explica todos os detalhes.
Para muitos, ainda que seja uma cortina de fumaça, o fato de fazer associação direta com o nazismo não deve ser ignorado.
A mesma cortina de fumaça aconteceu outras vezes.
Muitos usuários das redes pedem a saída de Alvim do cargo.
Se não foi a primeira, foi uma das primeiras, em um estado democrático de direito.
A reação no meio artístico já está grande. José de Abreu está convocando um grande posicionamento público de artistas.
Atualização: o secretário Roberto Alvim foi exonerado no fim desta manhã
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