Artur Rodrigues

Rainha do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, a atriz Alessandra Negrini está dando o que falar nas redes sociais. É que a musa escolheu uma fantasia cheia de referências indígenas para desfilar no bloco, que fez seu pré-Carnaval neste domingo (16).

A polêmica que se formou é se Alessandra estaria ou não se apropriando de outra cultura  (quando símbolos de minorias são usados por grupos dominantes) –afinal, há mais de um Carnaval que desfilar de índio ou turbante não é visto com bons olhos pelos foliões.

No bloco paulistano, ela usava um body preto, um cocar verde e vermelho e pinturas feitas pelos próprios indígenas –alguns dos quais a acompanharam no desfile, como a ativista Sônia Guajajara. Parte das pessoas afirmava que se tratava de um protesto, portanto, uma situação diferenciada.

Questionada sobre a roupa pela Folha, Alessandra afirmou que “a luta indígena é de todos” e que por isso “teve a ousadia de se vestir assim”. A atriz afirmou que sua fantasia era de rainha. “A rainha está recebendo os convidados mais nobres do Brasil, que são os indígenas, e eles estão dando a legitimidade a essa pintura que tenho no corpo.”

“Hoje, para mim, a questão indígena é a central desse país. Ela envolve não somente a preservação da cultura deles como a preservação das nossas matas”, acrescentou.

Os internautas, entretanto, ficaram em dúvida.

Uma parcela dos foliões não perdoou a rainha do Baixo Augusta.

Mas a atriz foi defendida pela ativista indígena Sônia Guajajara. “Muita gente usa acessórios indígenas como fantasia. Isso a gente não concorda. Mas quando a pessoa usa de uma forma consciente, como um manifesto para amplificar as vozes indígenas, então tudo bem, é compreensível”, disse.

Segundo ela, Alessandra Negrini havia combinado o protesto com o grupo de indígenas que participou do bloco. Nesta toada, alguns concordaram com a roupa.

Outros não chegaram a veredicto algum.

Há quem se assustou, mesmo, em descobrir a idade da artista.