Como fazer com que as redes sociais façam mais bem do que mal durante a quarentena

Pesquisa da agência digital americana Izea feita com usuários de redes sociais em meados de março, pouco antes de boa parte do mundo entrar em quarentena, constatou o esperado: 66% das pessoas acreditavam que iriam aumentar o uso de redes sociais durante o confinamento.

De fato, aumentou. No Twitter, o número médio de usuários ativos diários aptos a ver anúncio cresceu 23% no primeiro trimestre de 2020 (até 27 de março) em comparação ao mesmo período de 2019, chegando a 164 milhões. O app chinês TikTok, febre entre adolescentes, atingiu 1 bilhão de downloads, com visível aumento de celebridades durante a quarentena.

As lives do Instagram, então, nem se fale. O número de transmissões ao vivo dobrou no período da quarentena.

Em tempos de isolamento social, a tecnologia ajuda a reduzir a solidão. Um uso em excesso, entretanto, pode ser danoso.

Há alguns cuidados e estratégias que podemos adotar para minimizar os efeitos das redes sociais e manter a saúde mental em dia.

Para Daniele Kleiner, gerente de bem-estar do Facebook, mais importante do que a quantidade de tempo gasto é a qualidade.

“A internet e as redes têm muita coisa criativa. É hora de buscar páginas que ofereçam cursos, dicas de exercícios, enfim, consumir com consciência para que acrescente valor ao dia a dia em casa”, diz.

Confira algumas dicas:

LIBERTE-SE
É possível retirar, nas configurações, os alertas que chegam o tempo todo de marcações, curtidas, comentários, etc. Os dias ficarão mais leves sem aquela obrigação de olhar para a tela.

Todas as ilustrações deste texto são de João Montanaro

DE OLHO
O Instagram e o Facebook permitem monitorar quanto tempo você passa em cada rede (no Facebook, Configurações e privacidade>Seu tempo no Facebook; no Instagram, Configurações>Conta>Atividade). É possível configurar alertas após atingir certo período ativo por dia.

FAKE NEWS
Redobre a atenção com as mensagens falsas, e não só no grupo da família. Todo mundo anda meio paranoico ultimamente e até pessoas mais instruídas ou com mais familiaridade com as redes estão compartilhando conteúdos duvidosos.

SEJA VOCÊ
Na mesma pesquisa da Izea, 44% das pessoas consideravam tentar carreira como influenciador na quarentena. Não! Ter isso como meta pode te deixar ansioso num período em que já estamos propensos a problemas mentais.

FAXINA
Não é só a mão que você pode limpar na quarentena. Aproveite o tédio para deixar de seguir e excluir amizades com pessoas que te fazem mal, como aquele ex que se acha ou o primo distante que só dispara fake news.

EXPLORE
Lembre-se: você não precisa ficar atualizando a timeline incessantemente. Há muitas coisas interessantes que podem ser consumidas nas plataformas de streaming ou de vídeo. Que tal mostrar para o filho um jogo histórico do time de coração de vocês? Só buscar no YouTube.

OLD SCHOOL
Em quarentena e isolados, é inevitável a troca de mensagens com amigos, familiares, namorada. Experimente voltar no tempo e faça uma ligação aos moldes antigos, sem câmera nem lives. É uma ótima forma de desligar e focar na conversa.

SE JOGA
Pare de abrir as redes sociais tradicionais. Aproveite as vantagens da internet pra distrair a mente. Joguinhos online como o Gartic, de adivinhação de desenho, têm feito sucesso atualmente.

NA CRISE, CRIE
Muitos autônomos estão vendendo comidas e sobremesas no prédio por meio de grupos de WhatsApp. É hora de investir no perfil profissional para atividades que podem ser feitas a distância, como aulas particulares, atendimentos psicológicos, e projetos com design, marketing, dentre outros.

ROTINA
Cabe a você criar a sua de forma que contemple oito horas de sono, alimentação saudável, períodos de trabalho/estudo, exercícios físicos, ver séries e filmes. É inevitável que o celular esteja presente em todos eles, mas deixá-lo no silencioso ou desligado pode ajudar a focar por mais tempo.

CONSCIENTIZE-SE
As dicas deste texto são um bom pontapé inicial para gastar seu tempo melhor nas redes. Para quem quiser saber mais, iniciativas como a Center for Humane Technology (Centro para Tecnologia Humana), do ex-engenheiro do Google Tristan Harris, oferecem mais informações do que fazer para lidarmos melhor com a tecnologia.

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