Não era fake news, era jornalismo: Moro caiu

A Folha noticiou, em primeira mão, na manhã da quinta-feira (23), o pedido de demissão de Sergio Moro do governo Jair Bolsonaro. O ministro não concordava com tentativa do presidente de interferir no cargo de diretor-geral da Polícia Federal, então ocupado por Maurício Valeixo.

Após a decisão do ministro da Justiça de deixar o governo, o próprio Bolsonaro e o núcleo militar em torno do presidente tentaram demovê-lo da ideia.

O impasse durou todo o dia. Na madrugada desta sexta (24), no entanto, a exoneração de Valeixo publicada no Diário Oficial deixou Moro e a cúpula da Polícia Federal surpresos, uma vez que não haviam sido consultados. Até mesmo a assinatura digital de Moro foi incluída no Diário Oficial (no final da tarde de sexta, o governo Bolsonaro publicaria nova versão, sem a assinatura, alegando erro).

Deputados, influenciadores, blogueiros e militantes bolsonaristas passariam toda a quinta-feira acusando a Folha de fake news e de fabricar a notícia por algum interesse escuso.

O que a Folha fez foi jornalismo, praticado desde 1921, e que sempre incomodou presidentes, começando por Arthur Bernardes (1922-1926).

O diretor da sucursal da Folha de Brasília, Leandro Colon, cravou a informação após checar e rechecar com suas fontes. Houve intenso cuidado em redigir o enunciado o mais próximo possível da realidade (“Moro pede demissão e Bolsonaro tenta reverter”).

Já na manhã desta sexta, antes mesmo da coletiva do ex-ministro em que anunciaria oficialmente sua saída, o jornal confirmaria o que se sabia desde quinta: Moro havia mesmo pedido demissão do governo.

A seguir a Folha reuniu alguns prints que circularam pelas redes sociais e a resposta é só uma: não era fake news, era jornalismo.

Daniel Silveira, deputado federal (PSL-RJ): não era fake news, era jornalismo.

Leandro Ruschel, influenciador bolsonarista: não era fake news, era jornalismo.

Bernardo Küster, blogueiro bolsonarista: não era fake news, era jornalismo.

Rodrigo Constantino, economista conservador: não era fake news, era jornalismo.

Família Direita Brasil, perfil influenciador bolsonarista: não era fake news, era jornalismo.

Allan dos Santos, blogueiro bolsonarista: não era fake news, era jornalismo.

Roger Rocha Moreira, artista conservador: não era fake news, era jornalismo.

Sara Winter, influenciadora bolsonarista: não era fake news, era jornalismo.

Carlos Jordy, deputado federal (PSL-RJ): não era fake news, era jornalismo.

Carla Zambelli, deputada federal (PSL-DF): não era fake news, era jornalismo.

Bibo Nunes, deputado federal (PSL-RS): não era fake news, era jornalismo.

Pedro Albuquerque, CEO do @Tradersclubbr, plataforma paga para troca de informações sobre o mercado: não era fake news, era jornalismo.

Rafael Ferri é também membro do Traders Club: não era fake news, era jornalismo.

 

Não era fake news, era jornalismo.