O ‘E daí?’ de Bolsonaro ecoa nas redes com misto de indignação e perplexidade

O número registrado de mortos pelo coronavírus em um só dia bateu recorde no Brasil na terça-feira (28), com 474 óbitos. O país ultrapassou a China em número de mortes, com mais de 5 mil.

Questionado, na noite de terça, sobre a situação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse:

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre​”.

A fala, insensível em um momento em que o país se aproxima de seu pior momento no combate à pandemia, se soma à lista declarações polêmicas do presidente, que já chamou o vírus de fantasia e gripezinha, afirmou que a doença está superdimensionada e que está havendo uma histeria, dentre outras frases.

Com mais de 270 mil tuítes na manhã desta quarta-feira (29) com a palavra “E daí”, o assunto esteve entre os mais comentados no Twitter. O sentimento é um misto de revolta, perplexidade, indignação e ódio.

A cineasta Petra Costa, que ganhou projeção mundial com o documentário Democracia em Vertigem, teve um dos posts mais compartilhados.

A pergunta que ecoa: E daí?

Banho de realidade.

Políticos de oposição, como o deputado federal pelo PT-ES Hélder Salomão, enumeraram medidas que podem ser feitas pelo presidente.

Esse perfil enumerou declarações absurdas de Bolsonaro ao longo de 30 anos de carreira política.

Longa lista de “E daís?”.

O Brasil possuía um passado republicano.

O deputado estadual de São Paulo pelo Novo, partido que costumava endossar Bolsonaro, Heni Ozi Cukier, criticou postura de Bolsonaro.

Exercício de imaginação.

Terceiro Mundo se for, piada no exterior.

Contradições do discurso.

Desordem e regresso.

E daí?

Nova versão do famoso PowerPoint da Lava Jato.

Nesta quarta, após a repercussão amplamente negativa, Bolsonaro se defendeu do “E daí?”, e voltou a culpar os governadores.