Foi breve a passagem de Nelson Teich pelo Ministério da Saúde em meio à pandemia do coronavírus.

Ele assumiu o cargo em 17 de abril, após novela da saída do antigo ministro Luiz Henrique Mandetta.

Nesta sexta-feira (15), Teich pediu demissão do governo.

O oncologista carioca chegou pressionado. Mandetta saíra por não concordar com a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que prega há meses o fim do isolamento social, indo contra recomendações médicas e sanitárias do mundo inteiro.

Teich adotou um discurso conciliatório logo na chegada, dizendo que a reabertura tinha que ser planejada.

No entanto, as mortes foram aumentando ao longo de sua passagem e somam nesta sexta cerca de 14 mil, com 800 óbitos registrados diariamente.

Com isso, Teich assumiu uma linha de defesa mais enfática ao isolamento para conter o avanço da doença.

A cloroquina também foi peça chave na saída. O presidente fez ultimato na quinta-feira (14) sobre a substância. Bolsonaro faz lobby contínuo pelo remédio, embora novos estudos mostrem que não há eficácia comprovada.

Outra gota d’água se deu em entrevista coletiva no início da semana. Teich soube pela imprensa que Bolsonaro colocou como atividade essencial salões de beleza, barbearias e academias.

A demissão virou o principal assunto das redes sociais. Em poucos minutos, postagens com “Nelson Teich” acumulavam mais de 80 mil tuítes.

Uma delas, de Mandetta, que escreveu pouco após o anúncio da saída de Teich:

Como o #Hashtag já havia noticiado, Teich “virou” mais um comunista.

Todos viram comunistas quando deixam o governo. Com Moro não foi diferente.

Durou menos de um mês no cargo.

Já vai?

Alô, Banco Central!

País da instabilidade.

Bem mais rápido.

Quem avisa amiga é.

Não há nada que não está ruim que não possa piorar.

Participação relâmpago

Quando o chefe é ruim, não tem funcionário que aguente.

Quem avisa ex-ministro é.

Solução paliativa.

Troca, troca, troca, troca, trocou.

Escolhido o novo titular da pasta.

Ânimo, pessoal!

Hoje, às 20h30, na TV Globo.

Run, Teich, run.

Quantos países demitiram 2 ministros da Saúde em meio à pandemia?

No Brasil não se morre de tédio.

Para alguns, a saída errada.