A Polícia Federal fez nesta terça-feira (26) buscas em diversos endereços ligados ao governador Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, incluindo o Palácio das Laranjeiras, sua residência oficial em uma operação que mira um suposto esquema de desvios de recursos públicos no estado destinados ao combate ao coronavírus.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comemorou a ação. “Parabéns à Polícia Federal, fiquei sabendo agora. Parabéns à Polícia Federal”, disse na saída do Palácio da Alvorada.

Para o governador, ficou clara a interferência de Bolsonaro na PF do Rio –ponto central da saída de Sergio Moro do governo.

“Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada”, disse.

O assunto movimenta as redes nesta manhã. Um dos temas mais comentados no Twitter é “Gestapo”, em referência à polícia secreta nazista, que a usava prisões e torturas contra adversários políticos e os enviava para campos de concentração.

Bolsonaro estaria adotando método similar ao interferir na PF, que em pouco tempo teve seu comando geral e comando no Rio trocado.

É importante lembrar, também, que Bolsonaro e Witzel são rivais políticos desde que romperam em 2019. Na já histórica ministerial do dia 22 de abril de 2020, o presidente chamou o governador de “estrume“.

Mesmo críticos de Witzel condenaram a ação.

A democracia se esgarça mais um pouco.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) disse em entrevista na segunda (25) que haveria operações da Polícia Federal contra governadores.

Primeiro a direita, depois a esquerda.

Usuários já especulam os próximos alvos.

Para o professor de direito da USP Renan Quinalha, é “muita coincidência”.

Internautas passaram a associar novo logo à PF.

Saiba mais sobre a polícia política do nazismo.

A ministra da Família, Mulheres e Direitos Humanos Damares Alves disse na reunião ministerial de 22 de abril que entraria com pedidos para prender governadores e prefeitos.

Jestapo.

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