Após governo sonegar dado sobre Covid-19, memes mostram que Brasil venceu Alemanha na Copa de 2014

A decisão do governo brasileiro em restringir a divulgação de dados sobre o coronavírus foi criticada por diversos setores da sociedade. Nas redes, a falta de transparência também virou memes.

Desde a noite de sexta-feira (5), o Ministério da Saúde não mais informa o total de mortes e nem o total de casos confirmados da Covid-19 durante a pandemia. Agora, página do setor governamental mostra somente os números registrados no último dia.

O assunto é destaque das redes sociais neste fim de semana, figurando nos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter. Muitos usuários se dizem revoltados com a sonegação de dados, enquanto outros conseguem lidar com a situação usando bom humor.

Algumas pessoas satirizam a mudança com a emblemática partida do 7 a 1, entre Brasil e Alemanha, na Copa do Mundo de 2014. Nas redes, a seleção brasileira não passou vexame, mas sim venceu o jogo.

“Recontagem do Wizard”, diz o usuário @vddeutavala em uma das publicações que faz alusão à partida. O novo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Wizard, disse neste sábado (6) que o ministério deve recontar o número de mortes causadas pelo novo coronavírus porque eles seriam “fantasiosos ou manipulados”. O executivo, porém, não apresentou provas para sustentar a afirmação.

Outro meme apaga o número de gols da Alemanha na partida. Na mesma imagem há o logo do Ministério da Saúde.

Meme apaga o número de gols da Alemanha na emblemática partida do 7 a 1, em 2014 – Foto: Reprodução
Outros memes satirizam a reação de diferentes países em relação aos números de casos de coronavírus. Enquanto os memes representando Espanha, Rússia e Estados Unidos parecem preocupados com a situação, o meme que simboliza o Brasil faz pouco caso.
Meme satiriza sobre reação de diferentes países com os dados da Covid-19 – Foto: Reprodução

Nas redes, Bolsonaro também virou a personagem Carminha, da novela Avenida Brasil, em momento bastante exaltada.

Usuários compararam o presidente brasileiro aos ditador Kim Jong-Un, da Coreia do Norte, e ao nazista Adolf Hitler.

Em nota postada por Bolsonaro, a pasta afirma que o formato de divulgação usado desde o início da pandemia não retrata o “momento do país”. Questionado sobre a nova metodologia, o presidente não quis responder.

Parlamentares e representantes dos secretários de Saúde atacaram a medida, e o TCU estuda requisitar os dados.

Para o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a atitude da pasta é lealdade militar “burra e genocida”.