Passado petista de novo ministro de Bolsonaro é resgatado nas redes

O deputado Fábio Faria (PSD-RN), futuro ministro das Comunicações, já foi apoiador ferrenho de Lula e Dilma. O passado petista do novo aliado de Jair Bolsonaro (sem partido) foi resgatado por usuários e viralizou nas redes sociais.

“Mantenho minha coerência em votar em Lula desde 2002!”, publicou Fábio Faria no Twitter em agosto de 2010, pouco antes do primeiro turno da eleição presidencial vencida por Dilma Rousseff. Na mesma publicação, ele também disse que fazia parte do conselho político de Lula havia três anos como líder de seu partido à época, o PMN (Partido da Mobilização Nacional).

Deputado Fábio Faria disse em 2010 ter votado em Lula – Reprodução/Twitter

De 2010 a 2014, Faria fez uma série de publicações entusiasmadas em apoio à Dilma. Ele comemorou a alta popularidade da petista naquele período, destacou alguns dos feitos da presidente e até a parabenizou na data de seu aniversário.

“Excelente resultado!”, escreveu ao retuitar publicação sobre popularidade de Dilma em abril de 2012. De acordo coma postagem, ela tinha 77% de aprovação. “Pela primeira vez na história trabalhadores com carteira assinada ultrapassam 70 milhões! Parabéns o Gov da Presidenta Dilma!”, publicou um mês depois.

Após a nomeação para o cargo de ministro das Comunicações, Faria foi acusado de ter apagado alguns dos tuítes. Prints das publicações, porém, circulam pelas redes e são criticados por desafetos dos governos petistas.

“Gente, não quero ser injusta com ninguém, não quero fazer juízo prévio. Mas será que Jair Bolsonaro não deu um Google no nome do novo Ministro? Não é possível! Foi para isso que eu apoiei esse Presidente? Foi para isso que fomos às ruas para derrubar Dilma?”, publicou a deputada estadual de São Paulo Janaina Paschoal (PSL).

A situação gerou apostas sobre a permanência de Faria no cargo. “Já foi demitido na Austrália batendo o recorde de Wizard”, escreveu o usuário do Twitter Biano Batista.

Diante da repercussão, o parlamentar também se manifestou nas redes. Ele disse que, apesar de já ter votado no PT, foi favorável ao impeachment de Dilma Rousseff em 2016. “A verdadeira democracia é conviver com as diferenças e aceitar a opinião de milhões de brasileiros que, como eu, querem ver as propostas de campanha de Bolsonaro implementadas. Quero um estado liberal”, disse.

Bolsonaro anunciou na noite desta quarta (10) o desmembramento do Ministério da Ciência e Tecnologia e a recriação da pasta das Comunicações. Para o posto de novo ministro, o presidente nomeará Fábio Faria, que é casado com a apresentadora Patrícia Abravanel e genro de Silvio Santos, dono da rede de televisão SBT.

A Ciência e Tecnologia é comandada pelo astronauta Marcos Pontes e vinha sendo alvo da cobiça de legendas do centrão, que passaram a apoiar o governo Bolsonaro.

Fábio Faria foi alvo de quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de recebimento de caixa dois e crimes eleitorais, como o uso de uma aeronave do governo do Rio Grande Norte para fazer campanha.