Presidente da Embratur toca sanfona em live de Bolsonaro e internautas comparam com violinistas do Titanic

Folha

Jéssica Nakamura

Pouco antes de ultrapassarmos a marca de 55 mil mortes por Covid-19 nesta quinta-feira (25), Jair Bolsonaro decidiu abrir sua já tradicional live prestando um tributo às vítimas do coronavírus de uma maneira nunca antes vista neste país.

Aproveitando o ensejo para também homenagear as festas de São João do Nordeste –que não poderão ser realizadas neste ano por conta da pandemia–, o presidente convocou um “sanfoneiro” para apresentar uma versão de “Ave Maria” que, aparentemente, não empolgou.

Muitos internautas ficaram incrédulos com a situação.

Alguns arriscaram uma crítica musical.

Outros saíram em defesa da sanfona.

E outros ainda reivindicaram um adicional de insalubridade para a intérprete de libras Elizângela Castelo Branco.

Mas o que muita gente não sabia era que o sanfoneiro em questão era ninguém mais, ninguém menos que Gilson Machado Neto, presidente da Embratur –que, após ter dado “um show no [Instituto Brasileiro de] Turismo no ano passado”, nas palavras de Bolsonaro, resolveu dar uma palinha de seus dotes artísticos no gabinete.

Alguns foram mais diretos em apontar a constatação.

Enquanto outros não perderam a oportunidade de lembrar que, logo no dia anterior, Neto havia criado a expressão sexo por “orifício rugoso infralombar” para criticar gays em uma transmissão ao vivo sobre o direito à vida e a dignidade que também contou com a presença de Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Teve também quem fez questão de relembrar o passado musical de Neto à frente de uma banda de forró.

E quem criticou a homenagem escolhida pelo presidente para prestar tributo às vítimas da Covid-19.

E, como bom humor é o que não falta ao brasileiro, muitos recuperaram outros momentos da história em que instrumentos musicais ditaram a trilha sonora do desenrolar de uma tragédia.

E outros levaram a criatividade ao extremo ao introduzir no vídeo a música que se tornou o símbolo da pandemia.

Mas se teve alguém que passou incólume pela apresentação foi o ministro da Economia Paulo Guedes, que estava apenas esperando sua vez de falar em números quando acabou virando meme.