‘No Leblon já tem vacina?’ é a pergunta do dia nas redes sociais

Bares lotados remetem a uma era pré-pandemia. Na maioria dos países que tem retomado a vida após os casos de coronavírus caírem, os estabelecimentos seguem novas e rígidas medidas, como maior distância entre as mesas, lotação máxima reduzida, dentre outras medidas.

O Brasil, que ainda não diminuiu nem o número de casos nem o de morte, vive uma situação iô-iô há semanas. Regiões afrouxam e restringem medidas conforme índices como ocupação de leitos de UTI e mortes.

O prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) autorizou na noite de quinta (2) a reabertura de bares e restaurantes no Rio após três meses de quarentena. E parecia que a pandemia havia acabado no Brasil.

No Leblon, na zona sul carioca, vídeos que mostram ruas, calçadas e estabelecimentos absolutamente abarrotados de pessoas viralizaram. A absoluta maioria de clientes sem máscaras de proteção facial.

A liberação previa que fosse respeitado o distanciamento de dois metros entre as mesas e capacidade máxima de 50% da lotação na área interna. O que as imagens deixam claro que não ocorreu.

Nas redes sociais, as cenas causaram indignação. “Leblon” virou um do assuntos mais comentados do Twitter.

O vídeo da repórter da GloboNews Bárbara Carvalho alcançou mais de 14 mil compartilhamentos. Nele, é possível ver clientes todos sem máscaras

No Leblon já tem vacina?

A resposta é não.

Distanciamento social? O brasileiro não conhece.

O influenciador Felipe Neto afirmou que foi “derrotado” pela burguesia carioca.

O escritor Luiz Antonio Simas falou em “elite que naturaliza a morte dos outros”.

A pandemia atinge a parcela pobre e negra da população de forma desigual.

Situações opostas.

Aquela sensação de que só você está cumprindo a quarentena.

“Um país que escolheu a estupidez”

Drummond já dizia.

O caráter do ser humano.

No mesmo dia, 134 mortes e centenas de bares lotados.

O peso sobre os mais pobres.

Só a vacina para mudar algo no país.

Segundo Crivella, que liberou também o funcionamento de outras atividades como academias, treinos na areia e estúdios de tatuagem, a flexibilização é possível devido ao indicadores apurados pela Secretaria Municipal de Saúde no combate à Covid-19.

“Não há nada que celebrar, mas estamos nessa luta desde março. Sem sombra de dúvida, a baixa demanda de leitos de UTI e de enfermaria e o número de óbitos, que está estabilizado, nos mostram que tivemos um pico tenebroso em maio e que, depois, caímos para os patamares dos dias atuais”, afirmou.

A capital fluminense tem 58.615 casos e 6.689 óbitos confirmados pelo coronavírus, o que corresponde a cerca de metade dos registros no estado. Na manhã desta quinta, os leitos públicos para a Covid-19 na cidade estavam com 70% de ocupação nas UTIs e 39% nas enfermarias.

As regras para o funcionamento de bares, cafés, lojas de conveniência, padarias, quiosques e restaurantes incluem, além do distanciamento das mesas e da capacidade limitada a 50% nas áreas internas, a proibição do self-service e da música ao vivo, horário máximo de funcionamento até 23h e uso de máscara obrigatório para clientes e funcionários. As máscaras só pode ser retirada pelos clientes quando eles estiverem nas mesas e exclusivamente nos momentos de refeição.

A multa para os estabelecimentos que não obedecerem as regras pode chegar a R$ 13 mil.