Seguindo os passos de naja, emas dão continuidade a revolução dos bichos em Brasília –ao menos em memes

Jéssica Nakamura

O retorno de Augusto/Zeus para o seio de sua verdadeira família parece ter deixado um vazio no coração de Jair Bolsonaro. Tanto é que, nesta segunda (13), o presidente tentou investir na amizade com as emas que vivem nos jardins do Palácio da Alvorada –sem saber que elas já haviam sido picadas pelo espírito da revolução.

Seguindo os passos da naja que com apenas uma mordida ajudou a Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal a localizar 16 de suas companheiras imigrantes que estavam sendo contrabandeadas –e, de quebra, acabou se tornando uma estrela da internet–, uma das emas demonstrou de forma um pouco mais incisiva que não estava interessada no relacionamento. Mesmo que, para isso, tenha corrido o risco de ser infectada pelo coronavírus que atingiu o presidente.

Os internautas não tardaram a traçar comparações entre os acontecimentos recentes envolvendo animais no Brasil e o livro “Revolução dos Bichos”,  romance satírico de George Orwell publicado em 1945.

Alguns já se arriscaram a destrinchar a operação.

Outros trataram de investigar o passado da ave.

Buscando identificar suas inclinações políticas.

O sucesso foi tamanho que a ema ganhou seu próprio selo antifascista.

E até um vídeo exaltando suas características de “chefona”.

Teve também quem destacou a ironia da autoria do ato.

 

Quem buscou entender as motivações por trás dele.

Quem lamentou o fato de Deus não ter dado veneno a emas.

Quem se preocupou com a saúde física e mental da companheira –que já ganhou vários perfis em sua homenagem no Twitter.

E até quem declarou apoio a uma parceria política entre naja e ema.

Não foi o caso do ex-ministro da Educação.

 

De qualquer forma, os sinais da insurgência animal estão por toda parte.

Só não vê quem não quer.