6 gráficos resumem a evolução da pandemia ao longo de 2020

A análise da aparição de algumas palavras-chave nas redes sociais serve como um termômetro do status da pandemia de coronavírus ao longo de 2020. O #Hashtag pediu ao BuzzMonitor, ferramenta de monitoramento de redes, para colher alguns dados no Twitter.

Comecemos com “coronavírus”.

Observe que janeiro ainda começa tímido, com 196 mil posts em português com a palavra. Naquele instante, o vírus circulava na China e iniciava a chegada aos EUA e Europa. Fevereiro tem um boom, com 1,3 milhão de posts. Não por acaso foi o mês que o Brasil confirmou seu primeiro caso, um homem de São Paulo que havia chegado da Itália.

Março atinge o ápice, com 1,4 milhão de tuítes. Foi o mês em que tivemos o primeiro óbito confirmado, também em São Paulo, e quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou que o mundo vivia uma pandemia. De abril em diante, as menções a coronavírus caem mês a mês: 1 milhão em abril, 929 mil em maio, até chegar a 125 mil em novembro.

“Covid-19” viveu seu ápice nos meses de abril, maio e junho, justamente quando a adesão ao isolamento era maior e a doença, ainda desconhecida, matava cada vez mais brasileiros.

Nos últimos três meses, a palavra mantém certa estabilidade, na casa das 50 mil aparições.

“Pandemia” também viveu seu ápice em maio, com 573 mil menções. Depois, cai mês a mês, com uma leve alta em outubro apenas.

Um termo interessante de visualizar é “lockdown“. Começou ainda tímido em março e abril, mas explodiu em maio, quando a discussão se acirrou devido ao agravamento da pandemia. Poucos lugares no Brasil tiveram um lockdown de verdade, quando se é proibido de sair na rua. A maioria das cidades fechou estabelecimentos não essenciais, sempre com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticando a medida por atrapalhar a economia, sem levar em consideração que era uma ação essencial para conter a circulação do vírus.

A partir de setembro, há um leve repique, em um momento em que começa a se temer uma segunda onda no Brasil, o que já acontecia na Europa.

Quarentena” também traz aprendizados sobre nosso ano de 2020. Palavra muito falada nos primeiros meses da pandemia, ela praticamente caiu em desuso no segundo semestre. Mesmo quem teme a doença não consegue mais ficar tanto tempo trancado em casa. Praticar exercícios em locais abertos, usando máscara, com distanciamento social, costuma ser recomendado por especialistas. O que não pode é aglomeração em locais fechados e sem equipamentos de proteção. Por isso, neste fim de ano, evite se reunir com outros núcleos familiares e de amigos.

Por fim, analisemos “vacina”. Ela sempre teve um volume alto. Em janeiro, já são 44 mil posts, assim como nos meses de março e abril. Mas ela cresce exponencialmente em maio (sempre maio!), e se mantém praticamente constante ao longo do ano, com uma leve queda em novembro. Em dezembro, com início da vacinação em países como Reino Unido e Estados Unidos e a “guerra das vacinas” no Brasil, esse número deve voltar a crescer.

 

As redes sociais são um reflexo do que acontece no dia a dia da sociedade. Esses 6 gráficos refletem as curvas de crescimento e declínio da preocupação dos brasileiros com a pandemia. Apesar de a doença ainda matar e a segunda onda estar chegando com tudo, a verdade é que a partir de meados do ano boa parte da população simplesmente passou a ignorar todas as medidas sanitárias de prevenção.