Em um 2020 com pandemia e crise política, memes foram respiro tragicômico
A mesma reclamação domina as redes todo final de ano. “Acaba logo, 20XX”. Se soubéssemos que haveria um ano como 2020, nunca teríamos protestado antes. Uma pandemia devastadora já deixou mais de 1,5 milhão de mortos no mundo —180 mil só no Brasil–, e trouxe uma crise sanitária e humanitária sem precedentes neste século 21.
Para piorar, líderes mundiais fizeram uma péssima gestão da doença –o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende até hoje um remédio sem comprovação científica, a cloroquina, enquanto o presidente dos EUA Donald Trump chegou a sugerir a injeção de desinfetante, também contrariando indicação da medicina.
Em meio a tudo isso, o Brasil viveu uma de suas piores crises políticas republicanas, com dois ministros da Saúde demitidos no meio da pandemia e a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, que acusou o presidente de interferência na autonomia da Polícia Federal, tumultuando ainda mais o ambiente.
Depois, ainda viria à tona o vídeo da fatídica reunião ministerial de 22 de abril, agravando o caos em Brasília.
Todos esses episódios –e muitos outros– foram contados pelo #Hashtag ao longo do ano em forma de meme, linguagem da internet que permite narrar histórias de forma descontraída e ao mesmo tempo crítica.
Aproveite, portanto, esta retrospectiva de memes de 2020 para um respiro tragicômico.
MEME DO PAPA
Fica o alerta: ano que começa com tapa do Papa em fiel não termina bem. O gesto ocorreu no último dia de 2019, mas só viralizou mesmo no primeiro dia do ano. Sabe o que também houve em 31 de dezembro de 2019? Data em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) foi notificada sobre um “surto de pneumonia” (na verdade, a Covid-19) em Wuhan, na província de Hubei, na China. Pois é.
DESAFIO DAS QUATRO REDES
Viralizou no início do ano o “desafio das quatro redes”, em que usuários publicavam uma montagem com quatro fotos diferentes de perfil para cada uma das rede sociais a seguir: LinkedIn, Facebook, Instagram e Tinder. No Brasil, Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes e o então ministro da Educação Abraham Weintraub ganharam suas versões.
ANO ALEATÓRIO
Rei dos rolês aleatórios, Ronaldinho Gaúcho conseguiu surpreender todo mundo neste ano e virar notícia ao ser preso por entrar com passaporte falso no Paraguai, país vizinho em que brasileiro não precisa do documento. A única explicação talvez seja essa da Laurinha Lero: o crime platônico, puro.
Meme mostra a carteira de motorista que Ronaldinho Gaúcho usava no momento da detenção.
Depois veio a pandemia, isolamento social, mortes, lockdown, cloroquina, enfim, eram tantas preocupações que ninguém mais tinha tempo para o Ronaldinho (ele só sairia da prisão em agosto, após 171 dias).
MEMES MESMO NA PANDEMIA
Desde que existe internet, a humanidade nunca havia enfrentado uma pandemia tão grave como a de coronavírus. Por ser algo sobre o qual não tínhamos vivência prévia, e pela natureza das redes sociais em que memes proliferam como forma de escape tragicômico, o início do avanço da doença foi acompanhado de piadas nas redes, como as fantasias de Carnaval.
No entanto, à medida que a Covid-19 se tornava uma realidade no Brasil, com o primeiro caso confirmado no final de fevereiro, as piadas diminuíam e davam lugar a posts mais sérios.
Mas elas nunca deixaram de circular. E mesmo que o mundo viva uma hecatombe nuclear, é provável que ainda existam memes sobre a extinção da espécie humana –pelo menos enquanto houver sinal de internet.
TEIMOSIA
Não é fácil manter a população longe das ruas por tanto tempo, como é necessário nesta pandemia de coronavírus. Crianças, jovens, adultos e idosos, ninguém gosta de ficar trancafiado em casa. Os mais velhos são mais vulneráveis à Covid-19. Por isso, quando a doença começou a se espalhar pelo Brasil, memes que mostram a dificuldade de conter essa faixa etária viralizaram.
DARWIN E OS DINOSSAUROS
O coronavírus despertou o melhor e o pior do ser humano, com mostras de solidariedade e egoísmo pelo mundo. O fenômeno se repetiu nas redes sociais. Ao mesmo tempo em que fake news põem em risco a saúde das pessoas, memes que esbanjam humor, criatividade e um toque de inteligência circulam na internet e ajudam a passar por essa pandemia de forma um pouco mais leve.
CAMARADA MORO
Eleito em 2018 com a bandeira do combate à corrupção, Bolsonaro convidou para ser seu ministro da Justiça o então juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato e por prender Lula e políticos e empresários de peso. A aliança entre os dois era um dos pilares de sustentação do governo. Incomodado com a interferência do presidente na escolha do diretor-geral da Polícia Federal, Moro pediu demissão na quinta, 23 de abril, conforme adiantou a Folha. No dia seguinte, em discurso transmitido em cadeia nacional, o ex-ministro fez sérias acusações contra o ex-chefe.
Moro “virou comunista” instantaneamente: tanto nos ataques de bolsonaristas, quanto para os opositores que “adivinharam” o novo esquerdista do pedaço, como acontece com qualquer ex-integrante do governo.
SE BOLSONARO CAIR ASSUME O AÉCIO?
A crise política atingiu seu ápice com a saída de Moro do governo. No calor do momento, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a pedir a renúncia de Bolsonaro. A queda não ocorreu, mas nos memes o vice Hamilton Mourão (PRTB) já está pronto para assumir a Presidência desde então.
E DAÍ?
No final de abril, o Brasil começava sua curva ascendente de casos e de óbitos pelo coronavírus. Bolsonaro foi questionado quando o país ultrapassou a China em número de mortes, com mais de 5 mil. Sua resposta estará nos livros de história. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. Nas redes, o ‘E daí?’ ecoou com um misto de indignação e perplexidade e o ex-capitão incorporou a Dona Morte.
MEME DO CAIXÃO
O meme do caixão pode ser considerado o meme do ano. Os curtos vídeos mostram cenas que lembram videocassetadas, como um esquiador prestes a se esborrachar, um skatista que leva um tombo ou um homem que despenca de uma barra de ginástica que se quebra. Surge então a imagem dos “dancing pallbearers” (carregadores de caixão dançarinos), com uma música eletrônica de fundo. Os dançarinos trabalham para a funerária do ganês Benjamin Aidoo, 31. Adaptado para a pandemia, a imagem mostra o que pode acontecer com quem não respeitar as medidas de combate ao coronavírus, como distanciamento social e uso de máscaras.
E o meme ganhou versões locais.
PANDEMIC
A clássica versão de “Titanic”, de 1997, do diretor James Cameron, ganhou uma adaptação nas redes sociais que fez sucesso: “Pandemic: A História de um País que Naufragou”. Na obra, diversos personagens do longa são associados a políticos ou grupos de pessoas do Brasil em meio à pandemia. O áudio original foi mantido, mas as legendas dialogam com os acontecimentos do país.
QUEM AVISA EX-MINISTRO É
Após a saída de Mandetta do Ministério da Saúde, o oncologista Nelson Teich assumiu o cargo em 17 de abril. Apesar de adotar um discurso conciliatório no início, ao dizer que a reabertura tinha que ser planejada, o ministro passou a defender de forma mais enfática o isolamento para conter o avanço da doença. O lobby de Bolsonaro pela cloroquina e um anúncio sobre atividades essenciais que Teich soube pela imprensa foram a gota d’água para o pedido de demissão do médico em menos de um mês de Brasília. No Brasil, tudo termina em meme.
ANTIFASCISTAS
A ascensão de movimentos fascistas e neonazistas no Brasil nos últimos anos preocupa. Com tochas, máscaras e rojões, o grupo armado e de extrema direita “Os 300 do Brasil”, liderado pela radical Sara Winter, realizou no final de maio um protesto cinematográfico em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) em plena madrugada.
Após esse ato, um movimento antifascista ganhou corpo nas redes sociais, com usuários trocando a foto de perfil por um filtro com o nome da profissão + antifascista (com direito, também, a muitos memes).
BRASIL 1 X _ ALEMANHA
Em junho, o Brasil viveu um apagão de dados sobre o coronavírus, em um momento em que o número de casos e mortes cresciam paulatinamente. O general Eduardo Pazuello havia acabado de assumir o Ministério da Saúde e adotou essa como uma de suas primeiras medidas –que, felizmente, logo foram derrubadas, pelo bem da transparência em meio a pior pandemia do século.
Não dá para alterar a realidade. Se desse, um meme mostrou como teria sido o 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil na Copa de 2014.
SÓ DÁ ATIBAIA
Por ironia do destino, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente Jair Bolsonaro, foi preso em junho em Atibaia, escondido em propriedade de Frederick Wassef, então advogado da família Bolsonaro. A cidade do interior paulista ficou conhecida em todo o país em 2016, quando reportagem da Folha revelou reforma financiada pela empreiteira Odebrecht em sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A coincidência virou meme.
UM ABRACINHO NÃO DÓI
Em um ano tão agitado, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub conseguiu a proeza de liderar o ranking de “meme vergonha alheia” de 2020. Demitido por Bolsonaro após uma série de ataques às instituições, ele anunciou sua saída da pasta em um vídeo publicado em seu perfil no Twitter em que pede um “abracinho” ao presidente.
Weintraub corria risco de ser preso. Entre seus arroubos autoritários, destacaram-se o vídeo em que dizia “eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF” e sua suposta participação em esquema de fake news investigado pelo Supremo. Ele saiu vazado do Brasil para os EUA e conseguiu uma boquinha como diretor-executivo do Banco Mundial.
ENCÃOTRADO NÃO É ROUBADO
Um cachorro encontrado na rua pela primeira-dama Michelle Bolsonaro virou notícia e meme. Da raça pastor maremano, o cão, chamado de Augusto Bolsonaro, permaneceu durante 12 dias no Palácio da Alvorada, período em que brincou no gramado da residência presidencial, vestiu colete preto com a bandeira do Brasil e ganhou até uma página no Instagram. Enfim, tornou-se o 06.
Mas um detalhe passou despercebido por toda a família. Augusto, na verdade, era Zeus, e tinha um tutor, Nagib Zeidan, 25. O fato pitoresco acabou em hashtag: #BolsonaroLadrãoDeCachorro.
CIDADÃO, NÃO!
Um casal que não usava máscaras durante abordagem de agente público em blitz da vigilância sanitária no Rio mostrou até que ponto pode ir a arrogância brasileira. A mulher se irritou quando seu companheiro foi chamado de cidadão. “Cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você!”, disse.
A frase virou bordão adaptado para diversas situações. Tem gente que se contentaria em ser chamado de cidadão.
NAJA RAINHA DOS MEMES
Pareceu roteiro de filme. Em julho, o estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22, foi picado por uma naja na região do Gama, no Distrito Federal, e ficou em estado grave. A espécie de cobra não existe na fauna brasileira –é natural da África e Ásia– e o jovem não tinha autorização para criá-la. Ele, mãe, padrasto e amigo se tornaram réus sob suspeita de associação criminosa, venda e criação de animais sem licença e maus-tratos. Ao menos nos memes, a naja se vingou dos dias em cativeiro brasileiro.
SAUDAR A CLOROQUINA
Com uma fé inabalável em um remédio sem comprovação científica, Bolsonaro pregou contra todas as medidas de prevenção, como distanciamento social e uso de máscaras –isso sem falar na vacinação, a qual já afirmou que não será obrigatória. A lista de barbaridades é grande, no entanto, houve duas mais emblemáticas que envolveram a tal da cloroquina.
Na primeira, Bolsonaro, quarentenado após ser confirmado que contraiu coronavírus, passava a tarde nos jardins do Palácio do Alvorada levando bicadas de emas. Não se sabe se como escudo contra os animais, mas o presidente mostrou uma caixinha do remédio para os bichos, que deram as costas e reclamaram. “Sai daí bicho. Todo dia isso”.
Como a ema se sentiu:
Dias antes, Bolsonaro já tinha, tal qual a cena de “O Rei Leão” em que o personagem Rafiki ergue Simba e o apresenta aos seus súditos, saudado a caixinha de cloroquina a seus seguidores. Nas redes, o pessoal ficou com saudade de quando o governante brasileiro só saudava a mandioca.
R$ 200
No final de julho, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou a nova cédula de R$ 200, com o desenho de lobo-guará, espécie que pode ser encontrada em savanas e áreas abertas no centro do Brasil.
Não é todo dia que se cria uma nota no país –a última havia sido a de R$ 20, em 2002. Por isso, as pessoas capricharam nos memes mesmo antes da divulgação da imagem do papel.
Tão logo as primeiras cenas da nova nota de R$ 200 foram divulgadas, no início de setembro, mais piadas surgiram. O lobo-guará retratado na nota não agradou muito, não.
Ainda em setembro, o preço dos alimentos –principalmente do arroz– disparou em todo o Brasil, por uma série de fatores: pouca produção, aumento de consumo por causa da pandemia, desvalorização do real.
Enganam-se aqueles que acharam que a nota de R$ 200 teve como objetivo facilitar a rachadinha. Na verdade, seu uso foi pensado para ajudar as idas ao mercado.
#RESPONDEBOLSONARO
“Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”. Em um final de domingo de agosto essa pergunta viralizou nas redes após Bolsonaro afirmar que tem vontade de agredir um repórter do jornal O Globo depois de ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
BARRACOS NA ELITE
Dois barracos em áreas nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo no mesmo fim de semana de setembro provocaram críticas a comportamentos da elite brasileira.
No Rio, a confusão aconteceu na rua Dias Ferreira, no bairro do Leblon (zona sul). Vídeo que circula nas redes mostra duas mulheres de biquíni dançando em um carro conversível. Quando o veículo para em frente a um restaurante, uma das mulheres beija o motorista. Incomodada, uma cliente do estabelecimento arremessa um copo. A moça de biquíni desce do veículo, vai até a mesa e dá socos na mulher que atirou o objeto.
Em São Paulo, o vexame aconteceu no restaurante Gero, no Jardim Paulista, um dos bairros mais nobres da capital. O motivo teria sido a indignação de um cliente que exigiu ser atendido após o fim do expediente do estabelecimento.
Imagens que viralizaram nas redes mostram o médico Carlos Iglesias, membro da família que é dona do Grupo Rubaiyat (com restaurantes no Brasil, Espanha, Argentina e Chile), já do lado de fora do estabelecimento, conversando com outro homem, que diz: “Você está falando com alguém que tem berço!”. Iglesias, mais exaltado, responde: “e eu não tenho?”. “Aqui teve educação americana, educação europeia”, diz em outro momento do vídeo.
BOLSONARO PETISTA
Na retrospectiva de memes de 2019, mostramos como o vice-presidente Hamilton Mourão “virou esquerdista” nas redes ao opinar em diversos assuntos nos 100 primeiros dias de governo, quase sempre com um tom oposto ao de Bolsonaro.
Como a Terra plana não gira, capota, como dizem, em 2020 foi a vez de o próprio Bolsonaro se esquerdizar –nos memes, claro. Ao escolher Kássio Nunes para a vaga de Celso de Mello no STF (Supremo Tribunal Federal), um ministro da ala garantista, e não um “terrivelmente evangélico”, como gostariam aliados, o presidente foi alvo da ira das redes. Até a hashtag #BolsonaroPetista foi criada.
DINHEIRO NAS NÁDEGAS
Nos últimos anos, a polarização levou a política a ser algo tóxico e qualquer conversa sobre o assunto no almoço de domingo em família descamba para xingamentos e ódio. Graças a um senador de Roraima, no entanto, a política voltou a ser um assunto lúdico. A Polícia Federal apreendeu dinheiro entre as nádegas do vice-líder do governo Bolsonaro, Chico Rodrigues, e os memes abundaram nas redes sociais.
ELEIÇÕES NOS EUA
A disputa nos Estados Unidos movimentou as redes sociais brasileiras. O post da Folha no Instagram com o anúncio da vitória de Joe Biden tornou-se o mais curtido da história do jornal naquela plataforma, com 111 mil likes.
Tamanho interesse tem a ver não apenas com a importância geopolítica da escolha de um novo mandatário americano, mas também com o envolvimento de Bolsonaro e seus filhos, torcedores fanáticos de Donald Trump.
O republicano alega, sem provas, fraudes no sistema eleitoral, tese rechaçada por todas autoridades americanas até o momento. A relutância de Trump em aceitar a derrota –até hoje não fez isso de forma convicta– criou um terreno ainda mais fértil para o florescimento de memes, a começar pelo já icônico “STOP THE COUNT!” (em um de seus tuítes, o republicano berrou: PAREM A CONTAGEM!).
Apesar de a confirmação da derrota ter saído apenas no sábado 7 de novembro, na sexta anterior a situação já era muito difícil para Trump, que perdia delegados importantes em estados-chave como a Pensilvânia. Por isso, o sextou na Casa Branca não deve ter sido nada fácil…
Mais de um mês após a vitória do democrata Joe Biden nas eleições dos Estados Unidos, Bolsonaro também não reconheceu a conquista do rival de seu amigo Donald Trump. Pior, dias após o resultado, afirmou que “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona” para fazer frente a candidato a chefe de Estado que quer impor sanção por causa da Amazônia, em clara referência ao recém-eleito.
Nas redes, a fala foi o estopim para o surgimento de memes sobre uma possível guerra Brasil x EUA.
Bolsonaro não escapou dos memes que tiram sarro de Trump e aparece em lágrimas ao saber do resultado do pleito americano.
Não custa lembrar que no início do ano Bolsonaro fez live de live do Trump –e virou meme.
CAMPANHA
No último debate antes do primeiro turno em São Paulo, a candidata à Prefeitura Joice Hasselmann (PSL) resolveu mostrar seus dotes artísticos e fez uma cantoria para o prefeito Bruno Covas (PSDB), que buscava a reeleição. O vídeo viralizou não somente pela musiquinha, mas pela reação estupefata do tucano.
ELEIÇÕES NO BRASIL
Uma semana depois das eleições nos EUA, foi a vez do Brasil inteiro votar no 1º turno das disputas municipais. Se o brasileiro estava tirando sarro da demora americana, desta vez uma série de falhas nas urnas e sistemas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que também sofreu tentativas de ataques hackers, atrasou os resultados.
E o que era motivo de orgulho…
transformou-se mais uma vez em frustração.
O aplicativo e-Título substituiu o título de eleitor e ganhou também a funcionalidade de justificar ausências. No entanto, ele passou o domingo inteiro de votação com instabilidade e o que era para facilitar a vida decepcionou logo no primeiro turno das eleições. Pelo menos a galera não perdeu o bom humor…
Para encerrar o ano, Bolsonaro realizou no início de dezembro uma solenidade no Palácio do Planalto para expor o traje que ele e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, usaram na posse presidencial em 2019.
Em um momento em que os casos de Covid-19 voltam a crescer em ritmo acelerado em todo o país, a ação de Bolsonaro recebeu muitas críticas nas redes sociais. As roupas expostas viraram memes e ganharam outras feições.
É isso. Qual foi seu meme preferido de 2020? Que 2021 seja um ano de notícias melhores (e de muitos memes, óbvio).