Mercado está com Bolsonaro, e faz tempo
Quem acompanhou os índices financeiros na segunda-feira (8) notou que o mercado tem lado (ou, ao menos, tem uma tolerância maior) numa eventual disputa entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva pelo Planalto em 2022.
Assim que a decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações de Lula e tornar o petista elegível saiu, pegando a Faria Lima de surpresa, a Bolsa embicou para baixo e fechou com uma queda de quase 4%.
Há um discurso entre operadores de que Bolsonaro pode radicalizar no populismo para enfrentar Lula, e por isso o mau humor imediato. Mas há um favorito, e a internet o enxerga bem.
"A polarização vai reeleger o Bolsonaro." "O mercado vai voltar pro colo do Bolsonaro", como se algum dia tivesse saído de lá.
— marreta do padre julio (@vachinarussa) March 8, 2021
+1000 mortes por dia e o mercado ↗️
bolsonaro indo em manifestação pedindo ai5 e o mercado ↗️
governo recusando oferta de vacina e o mercado ↗️
guedes desde 2019 dizendo que as reformas saem na semana seguinte ↗️lula elegível e o mercado ⬇️⬇️⬇️⬇️⬇️⬇️⬇️
— neoliberal globalista (@neoliberalindo) March 8, 2021
Aliás eu não entendo até hoje como o ‘mercado’ confiou a Bolsonaro e Paulo Guedes uma tarefa TÃO IMPORTANTE. Bolsonaro sem um pingo de juízo desde o primeiro dia que o vimos. É muita especulação mesmo
— itinerários de presenças de jornadas (@Brazinho) March 8, 2021
Ao leitor acima digo que esta Folha em 2017 mostrou que o mercado já piscava para Bolsonaro, quando ele pintava como a surpresa nas pesquisas eleitorais. Em setembro de 2017, o jornal publicou sua primeira capa de edição impressa mostrando esta união.
Bom dia! Esta é a capa da edição impressa da Folha deste domingo (12). Na manchete: Mercado já vê Bolsonaro como opção contra Lula. Veja mais notícias na nossa página https://t.co/v2SgV2UGdP pic.twitter.com/sErN2wQSpI
— Folha de S.Paulo (@folha) November 12, 2017
A reportagem indicava que o capitão reformado estava entrando na lista de presidenciáveis do gosto de uma ainda reticente Faria Lima, apesar de seu histórico nacionalista e intervencionista. Entre os favoritos do mercado já estavam Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), ambos derrotados no primeiro turno das eleições, e João Doria (PSDB), que acabou concorrendo com êxito ao governo de São Paulo e, agora, desponta para ser um dos postulantes em 2022.
E nem precisava da figura do Posto Ipiranga que tanto a Faria Lima se apegava no auge da eleição: Paulo Guedes só começaria a aparecer no noticiário como um possível membro da equipe de Bolsonaro no mês seguinte.
Só que, naquela época, ainda havia quem não acreditasse que o mercado faria tal opção.
Mercado flerta com agenda reformista de Bolsonaro https://t.co/eOz75RRYoT que mercado @folha_com ? Meia dúzia de convertidos… Bateu o desespero, né? Só pra reafirmar: #LulaPresidente2018
— ☭ Robson Freire ☭ (@robsongfreire) November 12, 2017
So a FSP falou do "mercado financeiro " favoravel a Bolsonaro . Os candidatos do mercado financeiro sao Meirelles , Alckmin e Doria
— Thereza Fontoura (@therezafontoura) November 13, 2017
até semana passada o cara não sabia nem o que era economia.
estamos de olho, dona folha.#bolsonaro https://t.co/7eD7rk5tda— rowlobo (@rowlobo) November 13, 2017
Não só fez como a união continua firme, apesar das intempéries.