Ocultar ou não número de curtidas passa a ser opcional no Instagram e Facebook
Em julho de 2019, o Instagram passou a ocultar, em fase de testes em alguns países, inclusive no Brasil, as curtidas que uma publicação recebe.
Nesta quarta-feira (26), o Facebook anuncia que todas as pessoas no Instagram e no Facebook terão a opção de escolher ocultar ou não as contagens de curtidas públicas –o que desde 2019 acontecia de forma automática.
Além da opção de ocultar ou não a contagem de curtidas em todas as publicações que aparecem no feed, o usuário também terá a opção de ocultar a contagem de curtidas em suas próprias publicações, para que outras pessoas não vejam quantas curtidas elas recebem. É possível escolher, antes de compartilhar, qual publicação terá ou não os likes à mostra.
Para habilitar, basta acessar a nova seção “Publicações” em Configurações da sua conta (tela à direita abaixo). Uma mensagem no feed (tela à esquerda abaixo)) também aparecerá aos usuários. É possível desabilitar e reabilitar a qualquer momento. O recurso começa a funcionar já no Instagram e nas próximas semanas no Facebook.
A justificativa do teste em 2019 era “tornar o Instagram um lugar onde as pessoas sintam-se confortáveis para se expressar”, além de “remover a pressão sobre o sucesso de cada post”.
A empresa passou os dois últimos anos colhendo feedbacks. “E as respostas foram mistas. Em geral perfis maiores estavam satisfeitos, enquanto perfis menores ficaram preocupados, por isso estamos dando aos usuários a escolha do que funciona melhor para eles”, disse Adam Mosseri, presidente-executivo do Instagram, em entrevista coletiva nesta terça (25), da qual o #Hashtag participou.
“Ouvimos de pessoas e especialistas que não visualizar a contagem de curtidas foi benéfico para alguns e desagradável para outros, especialmente porque as pessoas usam a contagem de curtidas para ter uma ideia do que é tendência ou popular na plataforma. Por isso, estamos oferecendo esse recurso. Quanto mais ferramentas, melhor a experiência”, afirma o executivo.
As redes sociais sabem que há uma pressão muito grande sobre o uso consciente das plataformas –o documentário O Dilema das Redes mostrou boa parte dos problemas. A ocultação das curtidas vem nessa esteira, embora, sozinho, seja insuficiente. O desenho das redes é feito para que naveguemos num looping infinito, como olhar Stories atrás de Stories ou carregar o feed várias vezes ao dia.
Questionado, Mosseri faz distinção entre usar bastante e vício, e diz que as plataformas também ajudam a saúde mental ao conectar pessoas distantes. Além disso, a empresa lista uma série de esforços que vem fazendo para melhorar o uso da ferramenta. No Brasil, criou o #DigitalSemPressão, um movimento em parceria com a SaferNet e a Jed Foundation para orientar pais e adolescentes no uso das redes sociais de forma positiva e equilibrada. Nos Estados Unidos, o Instagram colaborou com a Jed Foundation e criadores em um novo Guia do Instagram, que oferece conselhos sobre como gerenciar a pressão online.
O Instagram segue financiando pesquisas externas sobre as experiências das pessoas e como adequar políticas e produtos. A empresa avisa, inclusive, que está solicitando propostas de pesquisa de acadêmicos pelo mundo e de organizações sem fins lucrativos (mais informações sobre como enviar uma proposta clique aqui).
Quando os testes foram iniciados em 2019, analistas cravaram o “fim dos likes“. Mosseri discorda. “Nós nunca quisemos matar o botão de curtidas. E eu não acho que ele desaparecerá”.