Agora, para o Carnaval, bolsonaristas defendem o ‘fique em casa’
Nayani Real
Anúncios de flexibilização de medidas sanitárias contra a Covid-19 no Brasil colocaram o planejamento do Carnaval em debate nas redes sociais. A pauta divide opiniões e traz para o mesmo lado da moeda pessoas de perfis ideológicos diferentes.
Políticos e personalidades conservadoras, inclusive o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), manifestam-se contra a realização da festa. Curiosamente, cientistas e opositores do governo também compartilham essa visão.
Defensores das medidas sanitárias que apoiam a realização do Carnaval apontam incoerência nas declarações de conservadores e apoiadores do presidente, que há quase dois anos assumem um discurso contrário ao “fique em casa”. Do outro lado, o argumento é a suposta contradição entre a aglomeração e a defesa de medidas de isolamento social.
Há também casos como o da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), que diz ter sido a favor das medidas de isolamento no começo da pandemia, e se opõe à realização do evento.
Atrás do trio
Entre políticos que mantiveram postura contrária ao presidente Bolsonaro com relação às medidas sanitárias, o governador de São Paulo, João Doria, foi um dos que virou alvo de críticas. O estado de São Paulo tem dezenas de cidades que cancelaram o evento do ano que vem.
#VemDeZap: além do Twitter e do Instagram, mensagens do tipo também circulam no WhatsApp.
Quem critica o presidente e o Carnaval, teme que o cenário piore após a festa.
Há o medo de novas variantes e o do aumento de casos no país.
Bloco do Nem-nem: nem vacina, nem carnaval
Por outro lado, muitos desconfiam dos motivos pelos quais o presidente e grupos que o apoiam se opõem à festa, já que teriam minimizado as medidas sanitárias, como o uso de máscara e a vacinação, desde o início da pandemia. O discurso de conservadores contrários ao carnaval têm sido apontado como contraditório e parte de uma estratégia bolsonarista.
Há quem acredite que a tentativa de banir o carnaval é uma medida higienista.
Hipocrisia ou não? Eis a questão
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