Ele permanece quieto em todas as perguntas feitas pela comissão do Senado. Apenas responde “respeitosamente, vou permanecer em silêncio” ou alguma variação dessa frase.

Na véspera de se apresentar à CPI, Wizard disse que faria depoimento com “palavras simples e verdadeiras”.

Quem assistiu ao não depoimento, pode ouvi-lo apenas em sua fala inicial, na qual afirmou que desconhece a existência de um gabinete paralelo e que apenas se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro em eventos públicos.

“A minha disposição em servir ao país combatendo a pandemia e querendo salvar vida faz com que eu seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo. Eu afirmo aos senhores com toda veemência que desconheço qualquer governo paralelo. Se por ventura, gabinete paralelo existiu, eu jamais tomei conhecimento ou tenho qualquer informação a esse respeito”, afirmou.

“Jamais participei de uma única sessão em privado, reunião em privado, com o presidente da República. Participei de eventos em que estava presente ele e centenas de outros convidados”, completou.

Se Wizard exerceu seu direito constitucional de não falar, os usuários das redes sociais exerceram o direito de lembrar o que ele já disse no verão passado.

Aqui, ele ironiza óbitos.

“Tigrão na internet, tchutchuca na CPI”, escreveu um usuário.

“É constrangedor o sorriso do Wizard ao falar das mortes, é humilhante, é tripudiar sobre cadáveres”, escreveu @JSPendot.

Diferença de comportamento.

“Seu silêncio ofende meio milhão de brasileiros que conheceram o silêncio eterno”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Revolta nas redes pelo silêncio.

Eduardo Bolsonaro, próximo do bilionário Wizard, já criticou quem permanece em silêncio na CPI.

Wizard entrou com um bilhete escrito “Isaias 41:10”, referente à Bíblia.

Permanece em silêncio?

Duelo de escolas de idiomas.

Siga o não depoimento em tempo real.

De acordo com relato à repórter Constança Rezende, a cobrança foi feita em fevereiro por Roberto Ferreira Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde —ele foi exonerado após a reportagem. A negociação envolvia 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com uma proposta feita pela Davati de US$ 3,50 por unidade —depois disso passou a US$ 15,50.

“O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti à Folha.

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Nas redes sociais, com a repercussão da notícia, usuários passaram a compartilhar homenagens, com fotos e relatos de parentes e amigos que morreram por causa do novo coronavírus. “Seu parente que morreu foi por R$ 10. Mais precisamente, um dólar por vacina, ou 10 reais por brasileiro”, escreveu no Twitter o doutor em ciências e colunista da Folha Atila Iamarino.

“510 mil mortes pq queriam propina e não vacina”, completou o divulgador científico. Até esta terça (29), o Brasil contabilizou 516 mil mortos por Covid.

Após sua manifestação nas redes, os usuários não pouparam críticas e se relembraram das vítimas. Partiram pais, mães, avôs, avós, irmãos, irmãs, amores da vida, amigos…

Dominguetti disse que a proposta foi feita por Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde por indicação do presidente, em 25 de fevereiro deste ano, no dia posterior ao país atingir a marca de 250 mil mortos por Covid-19. Dias foi exonerado logo após a publicação da reportagem.

A notícia foi publicada algumas horas depois do governo decidir suspender o contrato com a Precisa Medicamentos para obter 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, em meio à investigação de indícios de irregularidades pela CPI da Covid —que já convocou Dominguetti para depor na sexta (2).

Depois de fazer umas continhas, usuários das redes sociais concluíram que, caso a proposta fosse aceita pela Davati, o governo Bolsonaro teria embolsado US$ 400 milhões de dólares, o equivalente a cerca de R$ 2 bilhões —o que rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter.

Seria essa a prova de que o dólar, de fato, “vale mais que eu“?

Quem não deu o ar da graça nas redes na noite desta terça, no entanto, foi o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, responsável por dar seguimento ao superpedido de impeachment contra Bolsonaro.

Cuja ausência foi sentida por Deus.

E o mundo.

Veja algumas das reações:

Alguns memes:

Conheça alguns dos possíveis mascotes:

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) revelou um áudio em que ela critica a Fiocruz.

“A Fiocruz é um órgão ligado ao Ministério da Saúde e trabalha contra todas as políticas que são contrárias à pauta deles de minorias. Tudo deles envolve LGBTI. Eles têm um pênis na porta da Fiocruz. Todos os tapetes das portas são a figura de Che Guevara. As salas são figurinhas do Lula Livre, da Marielle vive”, declarou no áudio.

A secretária afirmou que o áudio foi vazado e que era uma resposta para um colega. “Eu não era secretária e houve um vazamento. Nessa época, isso era a constatação de fatos. Sim, tinha um objeto inflável, em comemoração a uma campanha, na porta da entidade”, respondeu, quando questionada sobre sua fala.

Assista ao momento.

O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), arrancou risos dos demais membros da comissão, porque afirmou ter ouvido a secretária falar que “havia um tênis na porta da Fiocruz” e não um pênis.

E ele confirmou a versão no Twitter.

Tênis ou pênis?

O assunto virou meme nas redes sociais.

E já criaram até perfil.

O depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, à CPI da Covid, virou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nesta quinta-feira (13).

Em suas respostas, o executivo confirmou que Carlos Bolsonaro, filho do presidente e vereador no Rio de Janeiro, participou de reunião para tratar da compra de vacinas, além de afirmar que o governo federal ignorou ao menos cinco ofertas de imunizante feitas pela empresa em 2020 (os dois momentos podem ser conferidos nos vídeos abaixo).

Segundo o que disse Murillo à comissão, se o contrato com a Pfizer tivesse sido assinado em agosto do ano passado, o Brasil teria disponíveis 18,5 milhões de doses da vacina até o segundo trimestre deste ano.

O Ministério da Saúde só firmou acordo com o laboratório em março deste ano, em que adquiriu 100 milhões de doses, das quais 14 milhões devem ser entregues neste segundo trimestre, e os 86 milhões restantes, no terceiro trimestre.

As mensagens, que misturam revolta e estranhamento, questionam quantas vidas teriam sido salvas caso essa quantidade de imunizantes estivesse disponível há mais tempo.

Outros ainda chamam Carlos Bolsonaro de “vereador federal”, ironizando o fato de ele possuir mandato como parlamentar no Rio de Janeiro, pelo partido Republicanos, mas se intrometer em questões da política nacional.

Confira repercussão nas redes:

1. “Doméstica ia para Disney com dólar barato, uma festa danada”
2. “O cara virou um parasita [sobre servidores]“
3. “Um menino, desde cedo, sabe que ele é um ser de responsabilidade quando tem de poupar. Os ricos capitalizam seus recursos. Os pobres consomem tudo”

Na manifestação mais recente do ministro, durante reunião do Conselho de Saúde Suplementar nesta terça (27), Guedes afirmou que “o chinês inventou o vírus [coronavírus]” e que o país asiático tem a vacina menos eficiente. Não satisfeito, disse que a saúde pública não conseguiria acompanhar a demanda da população.

Sendo o Brasil o campeão da Guerra Mundial de Memes, não é surpresa que as falas de Guedes tenham dado origem a uma nova onda de piadas e montagens. Confira algumas selecionadas pelo blog:

Há motivos para indignação

O discurso antichinês emplacado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partida) e reproduzido a exaustão por seus seguidores e entorno, entre eles o ministro, levaram mais uma vez o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, a comentar a falta de cortesia e diplomacia do governo nas redes sociais.

Wanming rebateu a fala de Guedes apontando que a China é o “maior fornecedor das vacinas e insumos ao Brasil”.

O discurso de Guedes, considerado preconceituoso por usuários das redes, não encontra respaldo em fatos. Não há indícios de que o coronavírus, que causa a Covid-19, tenha sido criado por uma pessoa, organização ou governo, apesar de os primeiros casos da doença terem sido registrados na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China em dezembro de 2019.

O preconceito atravessou o planeta e chegou aos orientais que vivem no Brasil e seus decendentes. Em fevereiro de 2020, quando o Brasil sequer havia registrado o primeiro caso de Covid-19, reportagem da Folha mostrou que orientais estavam sendo discriminados até mesmo nos condomínios em que moram.

Ainda nesta terça (27), à noite, Guedes disse em entrevista à imprensa que usou “uma imagem infeliz” e que o objetivo era mostrar “como uma economia de mercado forte”, em referência aos EUA, “consegue produzir uma resposta a algo que vem de fora”, em alusão à China.

No Twitter, o uso de expressões de conforto e de pesar para mortes pela Covid-19 mais que dobrou, passando de 106 mil (última semana de junho de 2020) para 221 mil (primeira semana de abril de 2021), segundo levantamento feito por Fabio Malini, coordenador do LABIC (Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura) na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

Os dados dizem respeito a expressões como “meus pêsames”, “meus sentimentos”, “descanse em paz” e também de palavras associadas, como “ceifada+covid”, “perder+covid” e “perdi+covid”, por exemplo.

Malini explicou à Folha que já havia observado o aumento das expressões ou das palavras de pesar relacionadas à Covid-19 desde junho de 2020, mas que os números cresceram com o agravamento da pandemia nos primeiros meses de 2021.

Para que o levantamento fosse mais preciso, Malini buscou maneiras de reduzir as chances de os dados apresentarem distorções, evitando publicações que não tivessem relação com a pandemia ou o coronavírus.

Pelo menos dois critérios permitiram ao pesquisador obter esses resultados. Um deles foi o uso do pronome possessivo “meus” associado às palavras “sentimentos” e “pêsames”. Além disso, para impedir a influência de condolências em casos de mortes não relacionadas à Covid-19 sobre os dados, Malini associou, ainda, o uso do pronome possessivo nas expressões a menções diretas ao vírus e à pandemia.

“Quando a pandemia piorou, percebi que a situação começou a ficar pesada. Eu passei a montar o banco de dados e tinha interesse em analisar, mas o clima estava pesado então apenas comuniquei um pouco o que estava vendo”, disse.

Meio para lidar com o luto

Para o pesquisador, as redes sociais se tornaram lugares onde as pessoas podem compartilhar e externalizar sua dor, uma vez que os enterros se tornaram restritos e os abraços oferecem risco. Para ele, o aumento nas interações de pesar poderia ser uma tentativa de viver o luto.

Malini cita um dos argumentos do psiquiatra Joel Birman (disponíveis no YouTube neste link) que indica o luto como sendo necessário para que se possa, simbolicamente, enterrar os mortos e ter um acerto de contas com aqueles que se foram.

“A ausência de rituais funerários têm impacto naquilo que psicanaliticamente chamamos de o trabalho do luto. É preciso que façamos esse trabalho, embora seja doloroso, quando perdemos alguém que é muito importante para nós. Quando não conseguimos fazer o trabalho de luto, segundo Freud, em texto chamado Luto e Melancolia, caímos em uma situação melancólica, um luto patológico”, afirmou Birman, que é professor do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e do Instituto de Psicologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O psiquiatra encerrou sua participação no painel com uma previsão desoladora. Para Birman, as consequências traumáticas causadas pela pandemia nos cidadãos brasileiros serão um problema imediato a ser solucionado já nos primeiros dois ou três anos após o fim da pandemia, em especial a depressão, ansiedade e transtornos obsessivos-compulsivos.

Os dados sobre os termos utilizados em publicações e interações no Twitter foram coletados por Malini por meio de um sistema feito na linguagem de programação Pyton, criado pelo laboratório coordenado por Malini. O sistema coleta os termos de busca do Twitter e salva as publicações em uma planilha, de maneira que as informações possam ser analisadas de maneira quantitativa e qualitativa.

Fruto de uma parceria com a Organização Mundial da Saúde, o “Vaccines for All” (Vacinas para Todos) apresenta 23 novas imagens para os usuários do app expressarem, de forma descontraída, não só os sentimentos em relação às vacinas, mas também a gratidão aos profissionais de saúde que seguem na linha de frente do combate ao coronavírus.

“Enquanto as vacinas para Covid-19 são distribuídas em todo o mundo, este novo pacote de figurinhas visa a incentivar sua aceitação e representar nossa esperança”, declarou Andy Pattison, líder da equipe de canais digitais da OMS.

Para quem não sabe, o WhatsApp também conta, desde o ano passado, com o Alerta de Saúde da OMS, um chatbot em português desenvolvido para oferecer informações confiáveis sobre a Covid. Para acessar o serviço, basta clicar neste link ou adicionar o número +41798931892 à sua lista de contatos e enviar um “oi”.

Após o que pareceram horas de agradecimentos em que até o Zé Gotinha, que não era visto já há algum tempo, foi lembrado, o ex-presidente se dedicou a detalhar erros do atual chefe do Executivo. Sobre as críticas, Bolsonaro disse que Lula inicia uma campanha que se baseia em “criticar, mentir e desinformar”.

Usuários do Twitter já associam a mudança no tom de Bolsonaro às palavras do ex-presidente que, certamente, movimentou o Palácio do Planalto.

Em um evento poucas horas após o pronunciamento de Lula, o presidente Bolsonaro não apenas usava máscara como sancionou lei que viabiliza a compra de vacinas contra a Covid-19 da Janssen e da Pfizer.  A cena chama a atenção pelo respeito ao distanciamento social e uso de proteção facial, uma vez que na semana anterior, por exemplo, integrantes do governo chegaram a ser cobrados pelo uso de máscaras em eventos com autoridades israelenses durante visita ao país.

O presidente, inclusive, chegou a questionar a eficácia das máscaras contra o Sars-CoV-2 no último dia 25, quando o Brasil registrou 1.582 mortes por Covid-19 em 24h, recorde que foi superado nos dias seguintes, chegando, nesta terça (9) a quase 2.000 mortes.

Lula gastou um tempo considerável falando sobre a pandemia do novo coronavírus e como deveria agir um presidente diante de uma situação tão grave. Se a vida imitar os memes, podemos esperar avanço na vacinação em todo o país. Veja algumas das publicações:

Talvez esse último não tenha sido meme. Vamos acionar o VAR.