“O Brasil se une a 55 países ao ultrapassar a taxa de vacinação dos EUA”, escreveu Topol.

O cardiologista e fundador do Scripps Research Translational Institute usou dados do portal Our World in Data, vinculado à Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Esses dados apontam que, em 14 de novembro, 59,8% dos brasileiros já estavam com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 –nos EUA, esse índice era de 57,6% na mesma data.

“Em país de Zé Gotinha, antivax não se cria”, comentou um internauta.

O Brasil atinge esse patamar mesmo com campanha antivacinação impulsionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que já associou a vacina à Aids (é fake news) e retardou a compra dos imunizantes.

“As taxas de vacinação do Brasil são mais apesar do Jair do que por causa do Jair”, afirmou o americano Ian Bremmer, presidente do Eurasia Group. “Esforços de vacinação pública muito fortes e de longa data lá.”

Para especialistas, o fato de o Brasil ter um sistema de saúde público, gratuito e universal –o SUS– contribuiu para essa marca.

Não pegou muito bem para quem atribuiu o dado positivo a Bolsonaro.

Uma peça de comunicação da campanha de vacinação contra a gripe em Costa Rica (MS), a 330 km de Campo Grande, divertiu usuários das redes sociais nesta sexta-feira (14).

Um post da prefeitura do município incentivando a população acima de 60 anos a se imunizar contra o Influenza virou meme ao usar foto do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebendo a aplicação.

Caso alguém ainda tenha dúvida, o democrata, que tem 78 anos, até estaria apto a se vacinar em Costa Rica, mas ele não esteve na cidade. O registro em questão, que veio de um banco de imagens, é de quando Biden foi vacinado contra o coronavírus, nos EUA.

Quando perceberam o tamanho da confusão, que já tinha se espalhado pela internet, a publicação chegou a ser apagada. Mas, como explica o prefeito da cidade, Cleverson Alves dos Santos (Progressitas), surgiu a ideia de fazer de um limão uma limonada.

“Como começou a viralizar, surgiu a ideia de colocar outros personagens mundiais, como a rainha Elizabeth e o papa [Francisco]”, diz o político. “Foi um erro que acabou favorecendo”.

Patrick Lemos, proprietário da agência Ok Comunicações, responsável pela peça, garante que o uso da foto de Biden foi planejado para testar a reação do público —o que o prefeito nega.

“A gente fez uma postagem no Instagram para ver o que aconteceria e qual seria a dinâmica. E aí a mídia inteira pegou isso e publicou”, conta ele. “O Brasil todo conheceu Costa Rica depois disso!”

O que os dois concordam é quanto à importância da imunização contra o Influenza. Com a população preocupada com a Covid-19, pouca atenção tem sido direcionada à doença.

A depender da repercussão na internet, a missão de levar a mensagem de conscientização sobre a vacina para a gripe ao maior número possível de pessoas foi cumprida. Resta saber se Biden ficou sabendo.

Após 4 anos assistindo à retórica agressiva do ex-presidente Donald Trump, o mundo viu nesta quarta-feira o democrata Joe Biden tomar posse e fazer seu discurso inaugural.

Biden afirmou que “a democracia prevaleceu” e pediu união para derrotar extremistas. “Hoje celebramos o triunfo, não de um candidato, mas de uma causa. A causa da democracia”, disse.

No mesmo espírito de estimular “a cura” de um país dividido, como fez durante toda a campanha eleitoral, clamou aos americanos que se mantenham juntos, e não separados. “A história americana não depende de um de nós, mas de todos nós. Nós, o povo, buscamos uma união perfeita.”

Mesmo o ponto mais forte do discurso foi uma indireta a Trump, quando afirmou que todo cidadão dos EUA tem a obrigação de defender a verdade e derrotar mentiras, rejeitando a “cultura da manipulação de fatos”. Durante os quatro anos de mandato, o republicano compartilhou e promoveu um sem número de notícias falsas.

Por tudo o que passou nos últimos meses, Biden foi um gentleman. Esse tom comedido e de união chamou atenção nas redes sociais.

Faça a política chata de novo!

E já há campanha no Brasil para o candidato mais sonolento possível!

Aparentemente, até o democrata Bill Clinton não conseguiu manter-se acordado.

Chega de altas emoções a cada fala.

Quanto mais boring, melhor.

Política boa é política chata.

Senso de alívio.

LEIA TAMBÉM
No adeus de Donald Trump, internet ressuscita o ‘tchau, querida’

No entanto, nem todo mundo é dotado da capacidade de perdoar Trump com tamanha facilidade. É o caso, por exemplo, de Boris Johnson, do Sindicato dos Atores dos EUA e, claro, da internet.

Nas redes sociais, usuários aproveitaram para se despedir do presidente mais despreparado da história dos EUA  –e que disputa com Bolsonaro o cargo de pior criminoso do planeta, segundo Noam Chomsky –no clima de deboche que lhes é usual.

No caso, ressuscitando a frase usada pelo ex-presidente Lula para se despedir de Dilma Rousseff em áudio divulgado em 2016 no âmbito da Operação Lava Jato, que acabou virando slogan da campanha pelo impeachment da então presidente.

Teve até tradução, para gringo –ou melhor, greengo–ver.

E também deboche made by gringo.

Brasileiro que se preze não poderia deixar de invejar a grama do vizinho.

Ou simplesmente louvar o dia de hoje.

Infelizmente, Trump não pôde receber a calorosa despedida de forma direta, já que foi permanentemente banido do Twitter por “risco de incitação à violência”.

De qualquer forma, fica aí a despedida da internet.

LEIA TAMBÉM
Discurso ‘tedioso’ de Biden faz internet relembrar como era a política pré-Trump

Acostumados a ter posts removidos pelo Twitter, inluenciadores bolsonaristas se solidarizaram com o presidente americano e trocaram suas fotos de perfil na rede social pela foto do futuro ex-presidente dos EUA.

Leandro Ruschel e Allan dos Santos estão entre os que participaram da manifestação de repúdio em favor de Donald Trump. Ambos, inclusive, são investigados pelo Supremo Tribunal Federal por fazerem parte de um “mecanismo coordenado de criação e divulgação” de fake news.

Allan dos Santos tem histórico com a Corte. Ele é alvo de outro inquérito que investiga o financiamento de atos antidemocráticos em Brasília.

Após ser alvo de mandado de busca e apreensão no inquérito das fake news, Santos fugiu do Brasil e anunciou o sucesso da fuga em uma live com a ajuda da deputada federal Bia Kicis (PSL), que também é bolsonarista. Segundo os investigadores, ele teria deixado o país em um avião rumo ao México.

A fuga aconteceu em agosto de 2020. Na ocasião, Santos alegou que teria descoberto um suposto plano de espionagem contra o presidente Jair Bolsonaro. Quase cinco meses depois, ele ainda não apresentou qualquer prova da existência de tal conspiração que, segundo ele, envolveria as embaixadas da China e Coreia do Sul, os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay.

Quem também optou por defender o presidente dos EUA por meio da “performance” foi Rodrigo Constantino, que após ser demitido da Rádio Jovem Pan por dizer que colocaria a filha de castigo caso fosse estuprada, voltou à Rádio como comentarista convidado para quebrar um galho enquanto o jornalista e também comentarista Augusto Nunes estava de férias.

Eleito em 2016 graças à influência das redes, o republicano amarga sua terceira derrota para as big techs. Na quinta-feira (7), ele já havia sido banido do Instagram e do Facebook pelo menos até o fim do mandato.

“Após uma análise detalhada das mensagens recentes da conta [de Trump] e do contexto em torno delas, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência”, disse o Twitter.

Já Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, afirmou que a presença do mandatário na plataforma traria “riscos grandes demais”.

As decisões das empresas vêm na esteira da invasão do Congresso americano na quarta, durante a sessão conjunta entre deputados e senadores para a certificação da vitória de Biden. Uma multidão de vândalos, extremistas e conspiracionistas foi insuflada por Trump, que afirma, sem provas, que houve fraudes nas eleições e se recusa a aceitar a derrota. O movimento deixou cinco mortos e dezenas de feridos.

Após o anúncio, o Twitter está mais movimentado do que nunca. “Grande dia” e “censura” são dois dos termos mais comentados, opondo opositores e apoiadores de Trump no Brasil.

Os que estão em festa esbaldam-se em memes.

E muitos lembram de um outro presidente extremista das Américas.

Versão dançante.

Pessoas dançantes.

Hoje não.

Aquele brinde de Biden.

Já a família Bolsonaro não gostou nada da decisão. Carlos Bolsonaro chamou de “censura do bem”.

Para o comentarista Rodrigo Constantino, “o sistema joga pesado”.

Para o assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro, “no tribunal das grandes corporações não há critérios claros”.

O influenciador Leandro Ruschel sugeriu “estudar história”.

Insuflada pelo discurso de Trump, que há meses recusa-se em aceitar sua derrota, uma multidão de apoiadores do republicano invadiu o Congresso, em Washington, paralisando a ratificação de Biden.

Os vândalos invadiram o prédio do Capitólio, depredando e destruindo janelas, portas e outras partes do edifício. Um dos radicais chegou a se sentar na cadeira da presidência do Senado.

Uma mulher foi baleada dentro do prédio e está em estado grave, segundo emissoras dos EUA. Vários policiais ficaram feridos.

A repercussão no mundo político foi imediata. O congressista republicano Adam Kinzinger, do estado de Illinois, disse que a invasão representa uma “tentativa de golpe de Estado” –note-se que a fala foi de alguém do mesmo partido de Trump.

O presidente eleito Biden classificou a invasão como sedição e insurreição e pediu que Trump tome medidas. Depois de o caos estar instalado, o republicano pediu para os manifestantes irem para casa, mas insistiu na tese mentirosa de que a eleição foi fraudada, o que de nada ajudará a pacificar o país.

No Twitter, principal termômetro das redes sociais, os termos “EUA”, “Golpe de estado”, “Trump”, “Simpsons”, “Brasil 2022”, todos relacionados à invasão, estão entre os mais comentados.

“República de bananas” foi uma das expressões mais comuns.

Humor: República de bananas.

Será que vai vender nas redes de fast food?

Nem todos gostam do termo.

Para outros a expressão não condiz com a realidade -ainda falta chão.

Venezuela do Norte.

Bolívia do Norte.

Dois pesos, duas medidas.

Dois pesos, duas medidas (2).

Falta a OEA se manifestar.

Maduro esta a postos.

Como as democracias morrem.

Muitos preveem que o mesmo irá acontecer no Brasil em 2022.

Golpe? No Brasil houve vários.

Na América Latina então…

Um golpe cafona.

Ben Stiller estava no Capitólio?

Cattle.

Quem assume é o Aécio?

As Forças Armadas já estão a postos.

Queima de estoque: democracia a preço de banana!

A vida dos black blocs era mais difícil.

O Simpsons previu a tentativa de golpe de Estado nos EUA

A demora de Trump em reconhecer a vitória adversária mais de 20 dias após o resultado virou meme antes mesmo do desfecho.

Nesta recente aparição na Casa Branca, o que chamou a atenção, no entanto, foi o tamanho diminuto de sua mesa, incomum para presidentes, ainda mais nos EUA.

Para um homem que notadamente tem dificuldade em aceitar a derrota, muitas interpretações são possíveis a partir da cena. Uma delas, por exemplo, foi sugerida por uma usuária do Twitter.

“Que seja assim que nos lembramos da presidência de Trump: um bebê em sua minúscula escrivaninha fazendo birra”

Outra conta preferiu agradecer ao assessor do presidente pela escolha da mesa. “Só quero dar uma mensagem extra de dia de Ação de Graças para a pessoa da campanha de Trump que saiu para escolher uma mesa para hoje e disse: ‘Sim, parece bom. Vamos com essa!'”.

O pronunciamento foi o mais próximo que o presidente chegou de admitir uma derrota para Joe Biden.

A teimosia do presidente em não aceitar sua derrota levou muitos usuários nas redes sociais a sugerirem que Trump deveria ter praticado mais esportes na infância. Isso porque a prática do exercícios coletivos tem o poder de ensinar pessoas a lidarem com a derrota.

Voltando aos memes, não escapou àqueles que assistiram ao pronunciamento a paradoxal pose de Trump como um dos homens mais poderosos do mundo atrás de uma mesa tão pequena que chegou a ser associada com um brinquedo para crianças que sonham “ser presidente”.

“Eu amo o fato de que Trump teve a coragem de enlouquecer com um repórter (“nunca fale com o presidente desse jeito!!”) enquanto ele estava sentado em sua Hasbro “Big Boys ‘First Presidential Desk” (idade recomendada: 5-7 anos). #DiaperDon”

A hashtag #DiaperDon foi usada para compartilhar os memes sobre a mesa e seu ocupante. Em inglês Diaper quer dizer fralda. A hashtag foi criada porque devido ao tamanho desproporcional do presidente sentado na pequena cadeira, muitos tiveram a impressão de que poderia estar usando fraldas (não há nada que indique que isso seja verdade).

Veja alguns outros memes e montagens:

“Espero que vocês estejam felizes, Trump vai aparecer na segunda-feira com a maior mesa que vocês já viram.”

“Trending Topic nos EUA: #DiaperDon está zangado por ter que se sentar na mesa infantil no Dia de Ação de Graças.”

Primeiro, disse que o Brasil tem que “deixar de ser um país de maricas”, em referência ao combate à Covid-19.

Depois, afirmou que “tem que ter pólvora” para fazer frente a candidato a chefe de Estado que quer impor sanção por causa da Amazônia, em clara referência ao democrata Joe Biden –o brasileiro ainda não reconheceu a vitória do americano.

O presidente da Câmara Rodrigo Maia respondeu. “Entre pólvora e maricas, uma economia frágil e um estado às escuras”.

Bolsonaro menosprezar a doença que já matou 160 mil brasileiros causa espanto, mas não é novidade.

A última fala do presidente, no entanto, originou uma série de memes nas redes sociais por sugerir uma ameaça velada aos Estados Unidos, país que possui um orçamento de guerra muito superior ao tupiniquim.

“Exército Brasileiro” e “Forças Armadas” estão entre os assuntos mais comentados desde a noite de terça no Twitter. Confira os memes que circulam.

Em caso de guerra, a grande sorte é que os americanos teriam dificuldade de encontrar o Brasil no mapa.

LEIA TAMBÉM
Exército brasileiro vê mesmos projetos de defesa com os EUA em vitória de Biden

Na história recente do Brasil, nunca um presidente havia se manifestado de forma tão clara para um candidato nas eleições dos EUA. Seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), fez tanta torcida pró-Trump que incomodou a ala militar.

Mais: enquanto vários líderes ao redor do mundo já parabenizaram o democrata Joe Biden pela vitória, o governo brasileiro por enquanto silenciou.

Esse alinhamento tão acentuado de Bolsonaro com o trumpismo preocupa em um governo Biden, ainda mais porque o atual presidente americano ameaça não reconhecer a derrota alegando fraudes –apesar de não mostrar nenhuma prova.

No entanto, se depender dos memes que circulam nas redes sociais, Bolsonaro deveria ligar o sinal de alerta.

Confira seleção feita pelo #Hashtag.

“Eu sei que um dia vou te encontrar”

Sozinhos?

Sonhos de um internauta.

Influenciadores que fazem oposição a Bolsonaro comemoraram resultado.

Reações distintas.

Nos memes, Bolsonaro caiu nas lágrimas.

Aquele susto.

Veja memes que circulam no WhatsApp.

Bolsonaro está sendo chamado de o “Mick Jagger” da política.

LEIA TAMBÉM
Os memes da derrota de Trump