10 momentos marcantes em 10 anos de Instagram
O roteiro é um daqueles que o Vale do Silício produz aos montes desde os anos 2000. Kevin Systrom e Mike Krieger, dois jovens apaixonados por computação, se conhecem em happy hours da Universidade de Stanford, onde estudaram, e o resultado é o Instagram, lançado em 6 de outubro de 2010.
Com um investimento de US$ 500 mil dólares, transformaram a ideia inicial do Burbn, um app que apostava em geolocalização, no Instagram, cujo foco era postar fotografias, interagir com os outros e marcar onde você estava. O nome é uma mistura de instantâneo, por causa das fotos tiradas na hora, e telegrama, menção ao hábito antigo de enviar Polaroids pelos correios.
Nesta terça (6), o Instagram completa uma década de vida. Separamos 10 momentos marcantes desses 10 anos.
Extra: o primeiro post da história do Instagram foi publicado pelo co-fundador Kevin Systrom em 16 de julho de 2010 com a legenda “test”.
1) FILTROS
Foi numa viagem para o México antes de criar o app que Kevin Systrom teve o momento eureka do início do Instagram. Sua namorada não gostou da qualidade das fotos tiradas de seu iPhone4. O co-fundador do Instagram percebeu que os filtros seriam a solução para tornar imagens ruins em algo esteticamente agradável e com um certo toque artístico. Até existiam apps para filtros, mas eles não eram tão funcionais. Inseri-los de forma nativa no Instagram foi uma grande sacada, que cativou os primeiros usuários.
2) CRESCIMENTO
O aplicativo foi lançado somente para iOS, mas isso não foi um problema. O número de usuário impressionou desde o início e fechou o primeiro dia em 25 mil. Em setembro de 2011, antes de um ano de vida, já eram 10 milhões –em 2020, supera 1 bilhão. O relacionamento de Systrom e Krieger com amigos e geeks e a entrada precoce de celebridades como Kim Kardashian colaboraram para esse boom, mas nada disso aconteceria se o app fosse ruim.
3) FACEBOOK
Em 3 de abril de 2012, o Instagram ficou disponível para Android. Os usuários registrados já estavam em 30 milhões e seguia em alta. Mas essa não foi a principal notícia do mês. Seis dias depois, o Facebook, que viu seu império ameaçado, anunciou a compra do Instagram por US$ 1 bilhão (R$ 1,7 bilhão, à época), uma das aquisições mais importantes da história do Vale do Silício. Apesar da compra, Mark Zuckerberg garantiu que o Instagram continuaria independente.
4) INOVAÇÕES
Logo após a aquisição pelo Facebook, o Instagram passou por uma série de pequenas mas importantes mudanças responsáveis por dar uma identidade ao app. Entraram no pacote a aba explorar, hashtags, página de localização, interface de álbum nos perfis, suporte para 25 idiomas, incluindo o português –o que contribuiria para a expansão global–, a versão web, o direct (o chat), novas ferramentas de brilho e contraste. O feed, antes restrito a fotos, permitiu vídeos de até 15 segundos. Por fim, o modo boomerang (efeito de ir e voltar) em vídeos fez muitos fãs.
5) DINHEIRO
Em setembro de 2015 o Instagram já estava com 400 milhões de usuários mensais ativos. Ainda havia, no entanto, um gargalo: a monetização. O Instagram apostou, então, em receita com anúncios publicitários. A partir de outubro de 2015, o jogo virou após uma série de ações nesse campo, como o lançamento de ferramentas de anúncios em todo o mundo. Em fevereiro de 2016 já eram 200 mil anunciantes.
6) DESIGN
Em maio de 2016, o Instagram mudou radicalmente seu lendário ícone. O desenho de máquina fotográfica antiga deu lugar a uma câmera moderninha em gradiente roxo-vermelho-laranja ao fundo. A rede social estava gigante, com 500 milhões de usuários ativos e a mudança, segundo a empresa, representava esse momento, em que o app passou de um simples lugar de compartilhamento de fotos para uma megafauna.
7) STORIES
O Instagram, que antes colocava em risco o Facebook, se tornou ele o ameaçado com a popularização entre adolescentes do Snapchat, um app inovador de fotos e vídeos verticais curtos que desapareciam em 24 horas. Zuckerberg tentou comprá-lo em 2013, sem sucesso. Em agosto de 2016, ele revidou com o lançamento do Instagram Stories, ferramenta clone do Snapchat. O tiro foi certeiro: atualmente o Instagram tem 500 milhões de usuários ativos diários no Stories e o Snapchat caiu no ostracismo.
8) IGTV
Mark Zuckerberg consegue se adiantar a cenários em transformação e deixá-los com o DNA facebookiano. Nem sempre dá certo. É o caso do IGTV, uma plataforma de vídeos verticais mais longos (até 15 minutos, enquanto no Stories o limite é de 15 segundos) lançada em junho de 2018, que mistura transmissão de programação fixa e ao vivo. Os usuários das redes sociais consomem vídeos em nível crescente e o IGTV foi a tentativa do Instagram de capturar esse hábito. A ferramenta é boa, os vídeos possuem qualidade alta, mas a verdade é que o IGTV nunca convenceu o público.
9) NOVO CEO
A independência prometida por Mark Zuckerberg aos co-fundadores foi sendo gradualmente retirada. Em 25 de setembro de 2018, Kevin Systrom e Mike Krieger anunciaram a saída do Facebook. No discurso oficial, Systrom disse que o plano deles era “tirar um tempo para descansar, explorar nossa curiosidade e criatividade”. Mas a realidade não era tão colorida. As chefias de Facebook e Instagram vinham se bicando há um tempo conforme Zuckerberg se envolvia diariamente com o produto. Adam Mosseri, vice-presidente de produtos do Instagram e homem de confiança de Zuckerberg, assumiu como CEO do Instagram.
10) RIVAL TIKTOK
Com a pandemia de coronavírus, as lives do Instagram bombaram. Parecia um cenário bom para a rede, mas quem também estourou durante os meses de confinamento foi o app chinês TikTok, de vídeos curtos, criativos e fáceis de dublar e editar. Sabendo da ameaça, o Instagram, que já vinha fazendo testes no Brasil, França e Alemanha, lançou o Instagram Reels em mais de 50 países, cuja dinâmica é bastante semelhante a do TikTok. Se o Reels vai desbancar o TikTok só saberemos nos próximos aniversários do Instagram.
Em abril, no início da pandemia, a Folha se tornou o primeiro jornal brasileiro a atingir 2 milhões de seguidores no Instagram. Ainda não segue o jornal por lá? Confira nosso perfil.
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